Juliana segurava o copo de papel com delicadeza.
Seus cílios longos caíam sobre os olhos, ocultando o turbilhão de pensamentos que se agitava por dentro.
Helena não insistiu. Ficou em silêncio, como se já soubesse que a resposta não viria.
Virou-se devagar, encostando os braços no corrimão de ferro gelado.
A postura era de uma calma preguiçosa, quase displicente, mas os olhos… Os olhos estavam atentos. A mente, sempre alerta.
— Eu acho que foi de propósito. — Disse ela, como quem comenta sobre o tempo. — Ouvi uns boatos… Parece que meu primo mexeu com o bolo de alguém.
A frase foi dita num tom casual, mas acendeu imediatamente um alerta em Juliana.
Seu pensamento voou direto para Felipe.
Ergueu os olhos, encarando Helena.
A garota não devia ter mais de dezessete, dezoito anos… Mas a maturidade no olhar era afiada demais pra idade.
Parecia enxergar muito mais do que deixava transparecer.
O tempo passou devagar. Minuto a minuto, como se a madrugada estivesse suspensa no ar.
Foi só quando