Sem esperar, Juliana apertou o botão para desligar, sem dar chance para Bruno responder.
Seu coração ainda batia acelerado. Ela tomou um copo d’água de uma vez só, tentando acalmar a inquietação que queimava em seu peito.
O celular vibrou. Uma nova mensagem de Bruno:
[Descanse bem. Boa noite.]
Não era a primeira vez que ele desejava a ela boa noite.
Na verdade, parecia que, há alguns meses, Bruno havia criado o hábito de enviar um "boa noite" todas as noites, sem falhar um único dia.
No começo, Juliana simplesmente ignorava.
Mas, com o tempo, passou a responder de vez em quando.
[Boa noite.]
Ela largou o celular de lado e foi ao banheiro lavar o rosto e escovar os dentes.
Ao voltar para o quarto, viu várias notificações de chamadas não atendidas na tela.
Todas do mesmo número. Quinze ligações.
Juliana suspirou fundo, pronta para ignorar.
Mas o telefone tocou novamente, pela décima sexta vez.
Sem paciência, atendeu no viva-voz.
— Juliana.
A voz soava familiar.
O movimento que ela fazia