O apartamento estava uma bagunça de caixas abertas, roupas espalhadas e móveis desalinhados. Sentei-me no sofá com uma taça de vinho na mão, girando o líquido escuro no vidro enquanto tentava ignorar o nervosismo que latejava dentro de mim. O silêncio entre mim e Teri era preenchido apenas pelo som suave de uma música antiga que tocava da sua caixa de som portátil.
Ela estava sentada no chão, de pernas cruzadas, o celular nas mãos, rolando a tela de cima para baixo, perdida em pensamentos.
— Ele me mandou mensagem.
Levantei os olhos, observando-a hesitar antes de me estender o celular. Peguei o aparelho e encarei a tela. Era um número sem identificação, mas eu não precisava perguntar quem era.
"Voltei para a cidade. Quero te ver."
— Aquele cliente especial? — perguntei, mesmo já sabendo a resposta.
— O próprio.
Teri jogou o celular ao lado e pegou a taça de vinho, tomando um gole longo, como se tentasse engolir mais do que apenas a bebida.
Eu a observei atentamente por alguns segundos