"Carmem"
Eu acordei essa manhã me sentindo meio grogue, como se acordasse com uma ressaca, minha língua estava áspera, meu corpo doía e a minha cabeça estava estranha.
- Ah, a Urtiguinha acordou! Bom dia, Urtiguinha! - A tal de Berta estava me encarando, de pé ao lado da cama. Essa mulher tinha o rosto de um anjo rechonchudo, mas para mim ela era o próprio diabo.
- Sai de perto de mim, praga do Egito! - Eu me encolhi na cama.
Eu não gostava dela, mas nos últimos dias eu precisei dela até para comer, porque eu estava com tanto sono que não conseguia fazer nada sozinha. Claro, com as injeções que a boneca do mal me dava, não tinha como eu não ter sono. Eu dormia o tempo todo, minha mente vagava entorpecida. Eu nem sabia ao certo que dia da semana era, porque os últimos dias eu vivi num ciclo de de sono que parecia até um pesadelo.
Mas assim que a porta foi aberta e eu vi o Mauro entrar eu me lembrei, só podia ser segunda feira e eu não ficaria mais nem um minuto nesse hospital. O que