Capítulo 05
Lindsay
Tempos atrás
Estou na cozinha fazendo o café quando as crianças descem para ir para o colégio. Dou o café do Owen na cozinha e preparo o das meninas para ser servido na sala.
— Bom dia meninas!
— Bom dia Lindsay. Onde está o Owen?
— Está tomando o café dele minha bonequinha.
— Vou lá onde ele está, tia Lindsay.
Sirvo o café de Katrina e volto para cozinha onde meus dois corações estão sentadinhos tomando seu café.
— Filho termine seu café, o ônibus daqui a pouco passa. Você não pode chegar atrasado.
Desde minha discussão com o senhor West que o Owen não vai mais para a escola no carro com o motorista. Conversei com ele e ele concordou, desde então, ele vai no ônibus. E o motorista presta atenção na Tessália. Ele disse que a Katrina tentou fazer minha pequena chorar, porém ele a fez ficar calada.
— Já estou acabando mamãe. Só vou pegar minha mochila e já vou.
O Owen termina e vai pegar sua mochila enquanto eu fico com a Tessália.
— E você mocinha, termine esse seu café também antes que seus pais te peguem aqui nessa cozinha.
Quando fecho a boca ouço a gritaria na sala.
Meu Deus o que está acontecendo aqui?
Quando chego a sala encontro a Katrina chorando e falando um monte de acusações do meu filho.
— Ele entrou no meu quarto papai quando eu estava trocando de roupa, e disse que se eu não desse dinheiro a ele, ele ia contar a todo mundo que me viu sem roupa. Pode olhar todas as minhas econoLizs estão na mochila dele.
— Sua mentirosa eu nunca fui no seu quarto. Sua garota invejosa, mentirosa e egoísta. — Responde Owen parecendo revoltado.
— Deixa eu ver sua mochila. — Diz o senhor West e ainda estou sem reação vendo tudo se desenrolar a minha frente.
— Aqui está senhor, pode olhar.
Quando o senhor West abre a mochila para o meu espanto ela está cheia de dinheiro. Não acredito que essa garota foi capaz disso! Eu confio no meu filho e sei que ele não fez isso.
— Você arrume suas coisas e vá embora da minha casa agora mesmo e der graças a Deus por não chamar a Polícia. — Grita o Sr. West.
— Não! — Grita a menina Tessália.
— Cala a boca Tessália. — Berra o Sr. West e pelo jeito está com muita raiva mesmo.
— Lindsay, pegue o ladrãozinho do seu filho, e suma da minha casa agora.
— Não, mamãe, isso é mentira da Kat. O Owen não fez isso mamãe. — Pede Tessália, intercedendo por Owen, mas é em vão.
— Tess você está vendo o dinheiro na mochila dele. Não adianta vir defender seu amigo.
— Tudo bem senhor, vou pegar minhas coisas e vou embora agora mesmo. — Digo segurando a mão do meu menino.
Pego meu filho que está olhando para Tess com lágrimas nos olhos, e sigo para o nosso quarto para fazer nossas malas.
— Vamos filho, vem com a mamãe. — Levo ele para o quarto e aos prantos ele arruma suas coisas. Pego minhas economias e ajudo ele a terminas as coisas dele, pegamos nossas malas e saímos, encontrando com Vanda na sala.
— Aqui está por seu tempo de serviço, não vou falar nada para ninguém do ocorrido. Mas espero que você tome as providências Lindsay, para que isso não volte a se repetir e você tenha que soltar seu filho da cadeia.
— Não se preocupe senhora. Vou embora dessa cidade, para mim aqui já deu, e quanto a educação do meu filho, não se preocupe, eu sei educá-lo. Preocupe-se você com a sua enteada e veja bem como anda tratando sua filha. — Ela finge não ouvir o que falei. Como sempre.
— E para onde você vai, Lindsay?
— Ainda não sei. — Mesmo se soubesse não diria.
Saio com Owen e quando estamos chegando aos portões escutamos os gritos da Tess.
— Owen! Owen!
Paramos e ela vem em disparada e se j**a em cima do meu filho que se eu não estivesse perto para segura-lo, eles teriam caído no chão.
— Você sabe que eu não fiz isso, não sabe? — Pergunta ele, com os olhinhos dessa vez transbordando em lágrimas.
— É claro que eu sei, ursinho. Você vai pra onde?
— Vamos embora daqui menina Tessália. — Respondo para ela.
— Então eu nunca mais vou ver o Owen?
— Quem sabe! Não sabemos como o nosso destino está escrito. Se for para vocês se encontrarem não se preocupem, um dia isso vai acontecer.
— Espero que esse dia chegue logo. — Diz ela com os lábios trêmulos.
— Quando eu crescer, venho buscar você. — Diz ele todo convicto de suas palavras e não duvido nada.
— Eu vou esperar.
— Agora nós temos que ir, minha coelhinha, se cuide.
Eles se abraçam e choram como se estivessem sendo partidos ao meio. Passo o braço nos ombros do meu filho e o abraço arrastando-o para saímos antes que o senhor West volte. Não consigo olhar para minha coelhinha e vê-la tão devastada. Se eu pudesse, levava ela comigo.
Quando passamos o portão um ônibus se aproxima e sem nem olhar para onde ele vai, empurro Owen para dentro e entro logo atrás. Preciso tirar meu filho daqui, não posso continuar vendo isso.
Quando as portas do ônibus vão se fechando a Tess grita mais uma vez por Owen, mas o ônibus vai saindo e com o coração partido vamos embora deixando para trás um outro coraçãozinho despedaçado.
Vamos para o aeroporto de Savana e compro uma passagem para Seattle. É longe, espero que minha vida lá seja diferente do que vivi aqui.
Espero que possamos ser felizes, que nenhum imprevisto venha a nos acontecer e que eu possa criara meu menino, como sempre desejei, que possa lhe dá o que não tive e quem sabe um dia, se assim ele quiser, possa reencontrar a minha pequena e juntos talvez, possam ser felizes.
Só espero que nenhum mal aconteça a ela e que os anjos a protejam de todo mal. Ela não merece o que fazem com ela, mas talvez com o Owen longe, a Katrina deixe de ser tão mesquinha e invejosa e quem sabe, passe a não perceber a irmã, e assim, minha pequena Tess possa crescer sem tanto sofrimento.
Sim, ignorar, porque desejar que ela goste da menina, é pedir demais.
Deus, por favor, proteja a pequena Tessália.