Atrante, sutil e intimidador o grande empresário de Manhattan, Paul Oliver, é acostumado a ter tudo e todas as mulheres que quer, mas isso não se aplica a Annie Marshall. Jornalista e brilhante parece não estar disposta a ceder o pedido de Paul e cancelar a matéria que o faria perder o cargo de CEO da empresa de mais renome de Manhattan. Marshall, não se deixa abalar com suas ameaças, mal sabe ela o que a aguarda...
Ler mais"Jornalismo é publicar aquilo que alguém não quer que se publique. Todo o resto é publicidade." George Orwell
Um dia li em algum lugar uma frase que dizia mais ou menos assim: "Escolha um trabalho que você ame e você nunca terá que trabalhar um dia sequer na sua vida." . No início, eu não entendi muito bem essa frase. Mas agora ela faz todo sentido. O meu trabalho é a minha vida. Quando estou trabalhando eu não fico entediada e nem _nada do tipo_, pois, o que eu faço, faço com todo amor.Eu me especializei em jornalismo investigativo. Já fui considerada uma das melhores colunistas do Times, mas de um tempo pra cá fui rebaixada a jornalista de fofoca. Por isso tenho que andar investigando tudo sobre a vida escandalosa da elite de Nova Iorque.A minha chefe é tão exigente e irritante que as vezes dá vontade de matá-la.Definitivamente a vida dos empresários e socialites de Manhattan não me interessam, mas se for pra fazer fazer fofoca, eu faço, e faço direito, mas na verdade o que eu realmente gosto é do jornalismo investigativo. Eu não passei 5 anos na faculdade pra ser colunista de revista de fofoca. Neste momento, estou editando uma notícia da vida de um empresário de Manhattan. Esse povo rico adora aparecer nas colunas sociais toda semana. Já até ameaçaram me processar. Fico analisando a matéria e corrigindo alguns erros. O telefone da minha sala toca e atendo.- Alô?- Oi, Marshall, tem uma pessoa aqui na recepção querendo falar com você. -- a Kimberlly, minha amiga e recepcionista nesse andar da empresa fala.- Pode mandar entrar. Obrigada, Kim. - falo e desligo.Dois minutos depois, Paul Oliver, o tal empresário sobre quem eu estou editando uma matéria comprometedora, (segundo fontes confiáveis, sua ex-secretária o está processando por assédio), surge no fim do corredor. Vejo ele caminhar em minha direção e o acompanho com o olhar. Ele é muito mais bonito pessoalmente do que nas fotos. Olhos verdes, cabelos loiros, alto. E, apesar de estar de terno, dá para perceber seu porte atlético. Deve ter uns 29 anos.Ele me lança um olhar intimidador, mas não me abalo. Continuo com minha postura firme.- Paul Oliver, o que fiz para receber sua ilustre visita? - pergunto com um sorriso.- Soube de uma fonte confiável que você está publicando uma matéria um tanto comprometora...- *eu* ❓ o interrompo.- A mesma fonte que me passou a notícia? - pergunto com deboche.- Marshall, vai por mim, você não quer publicar essa matéria.- ele fala com autoridade.- Te dou um minuto pra me convencer a não publicar. Começando de agora. - falo olhando pro relógio.- Olha esse caso está em segredo de justiça. - ele diz.- Então você confirma. Mais uma coisa para incluir na matéria. - falo digitando a informação em meu laptop.Ele me olha com irritação, pelo detalhe que deixou passar.- Olha, eu posso te dar a quantia que você quiser pra não publicar essa matéria. - ele fala e reviro os olhos.- Bela tentativa Sr. Oliver, mas não me convenceu. Acho que vou fazer outra matéria sobre isso. Imagina amanhã em todos os jornais: "Paul Oliver tenta subornar jornalista a não publicar matéria"! Mas, como hoje estou de bom humor, só vou publicar a parte em que você assedia a sua secretária e ela te processa. Inclusive, a matéria acaba de ser mandada pra gráfica.- falo apertando um botão que envia a matéria para a gráfica.- Você vai se arrepender amargamente por ter feito isso! Depois não diga que eu não avisei. - ele diz. E sinto um calafrio. Mas não deixo ele perceber que me deixou intimidada.***Chego na empresa no dia seguinte e avisto a Kim, minha melhor amiga na recepção. Ela está linda com um terninho preto e um scarpin combinando.- Oi Kim, tudo bem? - pergunto com animação.Hoje bem cedinho minha matéria foi ao ar, imagina o barulho que essa notícia deve estar causando na mídia.- Lê isso. - ela me estende o jornal."Secretária de Paul Oliver responde matéria de Colunista do Times, dizendo que a notícia é falsa e inconsistente. E afirma que ela teve que se afastar da empresa pra cuidar de sua mãe com câncer."Quase caio pra trás ao ler essa notícia.Olho para a Kim, e começo a ficar desesperada.- Isso é mentira Kimberlly. O Paul afirmou pra mim ontem que o caso era segredo de justiça. Mais que merda. - falo irritada.- Anne, as coisas não estão nada boas pra você. A chefe está te esperando na sala dela, tudo indica que ela vai te demitir. - ela diz e fico sem chão.Eu preciso muito desse emprego, eu não posso perder esse emprego, eu vou viver de que? Quem vai querer me contratar depois do que o Paul fez?Respiro fundo e caminho até a sala da minha chefe. Dou duas batidinhas e entro.Vejo a minha chefe Cláudia Campbell, atrás de sua mesa.- Mandou me chamar sra Campbell? - pergunto cordialmente.- Como você pode publicar uma matéria dessas? Você acabou de jogar o nome da Times na lama. Você está cansada de saber o que está no quarto artigo do código de ética do jornalista. Que seu compromisso é com a verdade e com a apuração dos fatos. - ela grita.- Olha sra Campbell, a minha notícia é verdadeira, ontem o Paul Oliver esteve aqui e tentou me subornar, me oferecendo dinheiro para mim não publicar a notícia. - falo cordialmente.- Não me interessa Anne, agora a merda já está feita. Eu espero que você saiba o que está escrito no Artigo oito do código de ética do jornalista. - ela fala.E eu sabia, "O jornalista é responsável por toda informação que divulga(...)"- A sra vai me demitir? - pergunto.- Eu tenho todos os motivos, você não escreve mais nada que preste, e agora isso? Última chance Marshall, você tem dois dias para fazer uma matéria que preste, pode ir pra sua casa, daqui a dois dias você volta com a matéria e eu vou pensar se te demito ou não. -Porra, como vou conseguir? É muito pouco tempo. Paul Oliver vai se ver comigo.- Ok, sra Campbell, eu prometo que não vai se arrepender. - falo saindo de sua sala mas ela nem se dá ao trabalho de olhar pra mim.Caminho até a recepção.- Ela te demitiu? - Kim pergunta.- Ainda não. Se eu não fizer uma boa matéria até segunda feira, ela vai me demitir. Eu não sei se vou conseguir, Kim. Você sabe mais que todo mundo o quanto eu preciso desse emprego. - falo.- Você vai conseguir Annie, eu sei disso. - ela diz.É muito bom ter uma amiga que acredite em você quando todo mundo já desacreditou.- Obrigada Kim. Agora vou indo, até logo. - falo saindo pela porta de entrada da empresa.Vou em direção ao estacionamento e pego meu carro. Ligo e saio da empresa. Enquanto paro o carro no semáforo que deu sinal vermelho faço uma busca rapida em meu celular. Pesquiso onde fica a empresa Oliver. Bom, eu não enlouqueci, eu só quero encarar o Paul de frente, pois graças a ele eu estou na situação que estou. Ou talvez não...Ouço barulho de buzinas e volto minha atenção para o volante. Coloco o endereço da empresa no gps e meia hora depois paro meu carro em frente ao prédio da empresa. Procuro uma vaga e depois de alguns minutos estaciono o carro e sigo em direção a recepção da empresa. Passo pela porta giratória e vou até a recepcionista, que é muito bonita por sinal, parece que o Paul escolhe suas funcionárias a dedo. Ou talvez faça o teste do sofá antes, vai saber né.- Bom dia. O Sr Oliver está? - pergunto a recepcionista.- Bom dia. Tem horário marcado? - ela pergunta com cara de tédio.Horário marcado? É sério isso?- Não, mas ele vai falar comigo. Ligue para a sala dele diga que Annie Marshall está aqui e só vai sair quando falar com ele, se ele não vier falar comigo eu faço um escandalo aqui. - falo.- Annie Marshall a jornalista? - ela arregala os olhos.- Exatamente. - respondo e observo ela pegar o telefone em sua mesa.- Sr Oliver, Annie Marshall está aqui na recepção. Eu sei Sr Oliver, mas ela disse que só vai sair daqui quando falar com o senhor. Está bem. - ela coloca o telefone no gancho e volta sua atenção pra mim. - É no quarto andar. Na sala da presidência, ele disse que você tem cinco minutos pra falar com ele. - ela diz e concordoColocar um ponto final em um livro é sempre um misto de alivio e receio, mas sinto que escrevi tudo que precisava ser dito nesta parte da história. A história da Annie e do Paul veio para mim há mais de dois anos atrás de maneira avassaladora, esse livro abriu muitas portas para mim. Não foi o meu primeiro livro, mas sinto que essa história me fez escritora, me sinto orgulhosa por essa trajetória com esses personagens. A Annie é uma personagem autêntica, independente, estudiosa e guerreira. Muitas de nós mulheres temos medo, vergonha ou receio de mostrarmos para o mundo quem somos, a Annie não, ela é uma personagem que chega sem pedir licença e para mostrar a que veio, e é por isso que ela é apaixonante. O Paul é um "mocinho", com pose de durão, mas logo se rende aos encantos e a personalidade forte da Annie. Juntos eles iniciam uma trajetória. Chegamos ao fim desse livro, mas deixei a possibilidade de um novo livro para a Claire aberta. E eu conto com a ajuda de vocês, só vou esc
No sábado pela manhã, a notícia do nosso pedido de namoro já estava em todas as revistas de fofoca. Sentindo uma mistura de excitação e nervosismo, decidimos marcar um almoço na casa do Paul para avisar a nossa família. — Nem consigo acreditar que vocês vão finalmente ficar juntos! — Abby exclamou, com um sorriso radiante no rosto. — Eu sempre apoiei secretamente esse casal. Só você pra colocar o Paul na linha! — Ela riu, e eu não pude deixar de rir junto. A leveza dela era contagiante, e eu estava realmente feliz por ela estar ali. — Estou muito feliz, Abby — respondi, observando Landon ao fundo. Ele havia trazido a Megan com ele, e a presença dela na casa de Paul apenas ressaltava a tensão que eu percebia entre ele e Claire. Claire estava sentada sozinha, parecendo inabalável, mas seu olhar traía suas emoções. A notícia da chegada da Megan certamente abalou minha irmã. Claire havia hesitado em se abrir para Landon, e agora, com ele ao lado de outra, o que aconteceria? Senti uma p
Os dias estavam passando, e Paul sempre marcava encontros comigo, mas eu inventava alguma desculpa para desmarcar. A verdade é que a conversa com Olívia ecoava na minha mente, e eu não conseguia me desvencilhar disso.Na sexta-feira, no entanto, aceitei o convite do Paul para jantar. A semana tinha sido cheia e eu precisava me desconectar do trabalho um pouco.Quando saí do trabalho, Paul estava me esperando. Decidi deixar o carro no estacionamento. Ao entrar em seu carro, o cheiro familiar invadiu minhas narinas, e ele me beijou.— Está lindíssima — ele disse, fazendo-me rir.— Obrigada. Para onde vamos?— Pensei em um lugar novo que abriu aqui perto. Dizem que a comida é incrível.Enquanto dirigíamos, o vento suave entrava pela janela. Tentei me deixar levar pelo momento, mas as palavras de Olívia ainda ecoavam em minha mente. O que ela havia dito me fazia questionar o que eu realmente queria com Paul e se ele seria capaz de me dar o que eu desejava.— Você está quieta — ele comento
Na segunda-feira de manhã, as notícias do evento estavam a todo vapor. Kimberly tinha feito um bom trabalho liderando a equipe jornalística, e a cobertura do evento havia sido um sucesso. Eu estava atolada de tarefas e reuniões, mas, mesmo assim, não conseguia parar de pensar na situação complicada entre mim e Paul. O que deveria ser uma fase animada da minha vida se tornara um emaranhado de sentimentos conflitantes.Depois de ter passado a noite no apartamento dele, o gosto de uma nova possibilidade ainda pairava nos meus lábios, mas as inseguranças também não paravam de me assombrar. Eu estava exausta desse sofrimento, das nossas brigas e do conflito de egos. Cada passo que dávamos juntos parecia uma dança delicada, onde um deslize poderia nos afastar.— Annie, tem uma pessoa querendo falar com você — Kimberly interrompeu meus pensamentos. Eu a olhei, a confusão e a curiosidade se misturando em meu peito.— Quem é? — perguntei, a frustração quase evidente na minha voz.— Ela disse q
Ao abrir a porta do meu apartamento, uma leve tensão pairava no ar. Claire já estava acordada e, ao me ver, seu olhar não trazia surpresa, apenas um conhecimento silencioso.— Você e o Paul são tão óbvios — ela disse, um sorriso leve nos lábios, mas sem entusiasmo.Coloquei minha bolsa em uma poltrona e me juntei a ela no sofá, envolvendo-a em um abraço.— Fiquei sabendo sobre o que aconteceu entre você e o Landon — falei, sentindo a tensão no ar. Claire permaneceu em silêncio por um tempo, como se estivesse reunindo coragem para falar.— É complicado, Annie. O Landon é um cara incrível, e eu estou confusa — ela finalmente admitiu, sua voz baixa e hesitante. — É tudo muito novo pra mim. Não sei o que eu quero. Só não quero me prender em um relacionamento agora. O Landon merece alguém com certezas, não com dúvidas. Não é justo da minha parte fazer isso com ele.Ela parecia abalada, e eu pude sentir a dor na sua voz. Cada palavra que Claire dizia era como um eco dos meus próprios medos.
Depois de tomarmos café, tomamos banho e ficamos um tempo no sofá, aproveitando mais um tempo juntos. Mas Landon entrou no apartamento de Paul com um sorriso que parecia deslocado no seu rosto. -Eles moravam no mesmo prédio, então estavam sempre invadindo a privacidade do outro.- Eu conhecia aquele sorriso — ele costumava ser radiante, mas hoje estava carregado de algo diferente, como se escondesse uma tristeza que ele tentava mascarar. Ele se jogou no sofá ao nosso lado, deixando escapar um longo suspiro dramático. — Vocês não vão acreditar — ele começou, sua voz carregada de frustração. — Claire e eu… achamos melhor nos afastar. Minhas mãos, que estavam apoiadas no colo, se entrelaçaram nervosamente. Claire era minha irmã, e embora eu soubesse que os dois não tinham exatamente um relacionamento convencional, não imaginava que as coisas tinham chegado a esse ponto. — O que aconteceu? — perguntei, tentando manter a voz neutra, mesmo sentindo uma leve tensão no peito. Paul, ao meu
Último capítulo