Mundo de ficçãoIniciar sessãoIsabela
Só queria saber mais e onde e com quem você estava? — Entra na porra do carro, você ficou surda? Alan a coloque pelos cabelos e não obedeça. Faço isso, mas a coloque no carro agora mesmo! — Vou entrar no carro! — digo sentindo medo do infeliz exageradamente armado. Marcos gargalhou mostrando o dente de ouro na lateral dos dentes. — Muito bem. Isabela. Gosto desse jeito, você só tem a ganhar se obedecer às minhas ordens. Sentei ao lado dele, Marcos, ele fez perguntas e eu não respondi nenhuma das e então estava sem paciência pedindo aos céus para chegar logo. Era evidente que ele estava chapado, quando eu tentei me afastar, a mão dele puxou rápido meu ombro, ele tragou o cigarro lançando a fumaça no meu rosto. — Um dia, eu vou ficar livre de tudo isso aqui, eu pagarei o que devo! — Livre? — Como assim, você vai embora do Morro e quem disse que permitirei? — Aceite ser minha mulher. Isabela, posso te dar o que você quiser, vou zerar sua dívida e vamos nos casar! Posso colocar seu pai como um dos meus e dar dinheiro a ele, eu te amo! — Eu não te amo, Marcos! Marcos deu um olhar sombrio. — Você é minha. Isabela! Será minha mulher, não tem outra alternativa a não ser se apaixonar por mim e ser minha esposa… — Seja minha mulher! Você se parece muito com ela, eu olho para seu rosto e boca e até a forma de sorrir. Isabela, sinto que estou tendo uma nova oportunidade, você voltou para mim. Rane! Marcos estava fora de si e ele começou a tocar no meu pescoço e então apertou a mão me fazendo ficar sem ar e eu bati socando a mão dele tentando me livrar daquele aperto! — Eu te dei tudo, maldita! Por que você me traiu com ele? Vou matá-la. Rane, eu… Quando os homens tiram de cima de mim, meus olhos estavam marejados, eu sentia a mão dele ainda na minha garganta. Marcos olhou para mim percebendo o erro que havia cometido, ele travou os dentes e voltou a cheirar uma fileira de cocaína. — Casar-se comigo? Vou te dar qualquer coisa que você desejar, você largará a vida de boate e deixará principalmente de ser professora para viver na minha casa! Dei uma risada irônica, eu consegui sair do carro, ele veio atrás, me jogou na parede, quando disse as palavras que me fizeram sentir um enjoo tão forte que eu queria vomitar do ódio que sinto desse homem. — Você é minha, se eu souber que se envolveu com qualquer outro pode ter a certeza que vou matar essa pessoa e será na sua frente Isabela! O medo corrói as minhas espinhas, Marcos era um animal bem diante dos meus olhos. Queria me livrar das mãos fortes que apertavam meu punho sobre a parede de bloco bem atrás de mim. — Você vai querer ser minha mulher, porque sei que me ama! Posso qualquer coisa por você e estou disposto a destruir qualquer um que se meta no meu caminho! — Aceite ser minha? — Marcos falou a cheirar meu cabelo. Aquele cheiro de erva sufocava-me vindo dele e eu estava me sentindo tonta com tanta fumaça que ele tragou no meu. — Eu nunca serei sua, sou livre para escolher o meu próprio caminho e você não faz parte da minha vida! — digo empurrando ele. — Espero que seja preso! Que pague por seus crimes! Seu nojento, miserável! Deixe-me ir! Marcos gargalhou: — Tragam-na! — disse ele sorrindo caminhando na minha frente. Meu desespero foi maior que qualquer coisa no mundo, ele estava caminhando sem dizer uma palavra e então quando chegamos próximo ao bar do meu pai. — Marcos, o que você vai fazer? Por favor, não faça nada ao meu pai! Por favor… Quando meu pai ouviu a minha voz e ele saiu do bar perguntando o que estava acontecendo e ao olhar para mim ele pediu para que Marcos me deixasse em paz! — Peguem-no! Vamos para dentro do bar, eu vou me divertir, mas o que estão esperando querem morrer? — Saiam do bar, não corram e tão pouco olhe para trás, caso contrário, esses homens têm a minha permissão para matar todos vocês! Os clientes que estavam na sinuca, saíram sem olhar para Marcos. Os dois homens seguraram o meu pai um em cada lado, Marcos pegou o queixo dele e colocou na mão. — Por favor, não machuque o meu pai! Marcos, eu te peço por favor! Quando o meu pai disse: — Seja homem e lute de igual para igual! Você é um maldito covarde! Isabela, filha, não chore meu amor. Belinha fecha os olhos… Marcos, o líder do morro, deu risada e socou a barriga do meu pai. Olhei para a arma na cintura dele, se eu conseguisse uma oportunidade para pegar aquela arma, fazê-lo-ia desaparecer, mas me tornaria uma assassina. — Odeio você! Espero que um dia você suma da face da terra e evapore para sempre! Ele olhou para mim e chutou o rosto do meu pai, aqueles pingos de sangue respingando, vejo que a surra que ele está dando no meu pai vai matá-lo! Quando digo para ele parar, chamo de mostro e de maldito desgraçado! Marcos foi segurado por Igor que chegou bem na hora. — Marcos vai matá-lo! Para, você está louco? Se fizer isso, atrairemos atenção dos homens na comunidade, porra! Olha para mim, caralho! — Igor, me solte! Se não fizer isso, eu matarei você no lugar dele! Quando Marcos olhou para o meu pai e cuspiu dizendo que a vida dele não custava nenhum momento, se quer dizer, o tempo valioso. Quando ele segurou meu braço com tanta força, sentia que estava diluindo meu osso, eu puxei sentindo dor, ele tentou acariciar e eu me afastei e ele disse: — Você ainda não entendeu? Mando tudo isso aqui! Seu pai morrerá se não me pagar o que me deve, a sua dívida agora dobrou! Leve ele para a Lurdinha cuidar, não falarei duas vezes! Meu pai levantou sem ter forças nas pernas, mas me deixou surpresa quando ele conseguiu socar a boca de Marcos que o fez cair no chão. — Minha filha, ela é preciosa demais para ficar ao lado de um lixo como você! Marcos limpou o sangue na boca e gargalhou, ao pegar o celular, ele chamou os homens, algo não estava bem. Quando ele olhou para mim e disse ao sair do bar do meu pai: — Não pode namorar outro homem que não seja eu, caso contrário, considere essa pessoa morta! Vou matá-lo e você não terá escolha, a não ser, tornar-se minha mulher e mãe dos meus filhos! Pague o que me deve, Anthony! Lembrarei desse soco, velho! Pense na minha proposta. Isabela, você tem que ser minha mulher. Quando ele entrou no carro com Igor, olhei para meu pai e ajudei sentando ele numa cadeira e peguei gelo para o ferimento. — Aqui, Pai. Vamos ao hospital agora, está muito ferido, eu chamei um táxi! Quando o cartão caiu da minha bolsa no chão e então peguei e sem hesitar, fiz a ligação para Lucas que me atendeu. — Isabela, essa ligação, então você decidiu? — Sim, Lucas, eu decidi… — Você está me dizendo que aceita a proposta, é isso? Aceita ser minha noiva falsa e assinará o contrato? Posso preparar os papéis para fecharmos acordo. Isabela? Ele perguntou, parecendo não acreditar no que escutou, repeti olhando para minha mão e que ainda tinha marcas do sangue do meu pai. — Lucas, eu aceito! — No entanto, tenho condições, você precisa ouvir quais são elas, então vamos marcar em qual lugar? — Podemos nos encontrar, Lucas? Escutei um som de gelo deslizando num copo e era nítido que ele estava bebendo, Lucas disse: — Depois da manhã no mesmo lugar em que nos encontramos hoje, onde posso estar buscando você? — Naquele ponto? — Sim, mas depois de amanhã, será a minha folga e então podemos nos encontrar no café e eu vou ao seu encontro? — Às seis da noite? — Perfeito! Lucas parecia estar enxergando através da ligação e isso refletia na minha alma, quando ele perguntou. — Você está bem, sua voz está tão trêmula, está chorando? — ele disse ao barulho de que estava engolindo algum líquido. Quando vejo que meu pai não está bem, eu digo que sim, mentindo e então desliguei falando que estava tudo certo. Nem escutei o que ele disse antes de finalizar a ligação, voltei toda minha atenção para o meu pai. — Estou bem, filha! Aquele desgraçado não sabe o que espera! Isso não foi nada, foram feridas, eu estou bem; elas vão cicatrizar. — Agora, mais do que nunca, esse miserável vai ver só do que sou capaz! Aceitarei a proposta para fazê-lo pagar atrás das grades, vou ter que me juntar aos homens… — Pai, você, constatou com essa surra, Marcos é perigoso! Ele é um demônio maldoso, maldito e carrega a morte no olhar! — Esse plano de ser um espião, pode ser bom, e, ao mesmo tempo, se você juntar-se aos policiais, vai colocar a sua vida em risco! — Se você for pego? Eu já perdi a mamãe, pai não posso perder você também… — Por favor prometa que vai ficar em segurança, eu já tenho um plano, eu aceitarei uma proposta do qual vai nos livrar dessa dívida e sairemos deste lugar! — Filha, você estava numa ligação, quem era a pessoa e o que aceitou? Não diga que contratou um matador? Dei risada, ele mesmo ferido consegue fazer piada e rir junto comigo. — Belinha, você tem que se proteger, se algo vier acontecer comigo. Tem que se manter segura e salva, leve os seus irmãos, posso bolar um plano de fuga! As palavras dele aqueciam o meu coração de esperança e eu sabia do meu subconsciente de que não adiantaria nada! Não iria viver me escondendo, nem quero colocar a vida dele em risco. Sem falar que Marcos não é trouxa! Ele certamente já colocou exames para ficarem de olho em mim! Quando eu pagar o que devo é esse monstro, eu sairei deste lugar, eu vou para bem longe nem que seja para outro país! Meu tio chegou todo suado e estava cansado por correr, ele olhou para meu pai e disse que iria levá-lo para o hospital e que era grave, vai que ele fraturou alguma costela? — Vou levar você, irmão, assim que ouvir as pessoas falando sobre os gritos que estavam vindo do bar, fiquei preocupado com vocês! — Foi o desgraçado do Marcos, não foi! Disse que deveria aceitar aquele lance… Isabela já sabe de tudo? Digo: — Sim, eu sei de tudo, tio, penso que vocês estão buscando a própria sorte! Melhor é não levar esse plano adiante! No Morro, eu e o meu pai. Heleno e minha irmã Alice, não somos os únicos, mas ao contrário de nós. O meu tio e a minha tia, a nossa família em geral. Eles não querem sair do Morro, mas desejam se livrar do Marcos. — Isabela, eu entendo, mas essa é a nossa única oportunidade e temos que tentar, será por sua mãe e nossa família! Quando ele apoiou meu pai no ombro, ele disse que não deveria me preocupar com isso, vão ter cuidado e então precisamos levar o meu pai para o hospital, ele sentia dor. — Isabela, por favor, filha, você tem que ficar ao lado de seus irmãos e não conte a eles! Vou com seu tio, e volto logo! Não tinha como aguentar com o meu pai, ele viu com o meu tio e logo adiante para um carro e os dois entraram. Fechei o bar e coloquei, voltei para casa e entrei, estava em total silêncio. Levei um susto ao ver Alice com os olhos dela tão inchado de chorar. — Alice, irmã! O que aconteceu? Você disse que a família de seu noivo descobriu tudo, mas como isso aconteceu? Ela abraçou-me e disse: — A ex-noiva dele, ela contou e mostrou fotos de quando estou aqui na comunidade. Estavam me investigando, a madrasta dele gritou que não iria permitir a minha presença naquela casa e muito menos o noivado! Coloquei minha bolsa e a pasta no sofá da sala e descansei, mas estava com preguiça para tirar a sandália dos meus pés, os calos nos pés, bolhas pareciam ter vida própria. — Edigar o que ele fez? Ele não defendeu você, irmã? Alice não chora, o que aconteceu depois? — Olha, vou pegar um copo com água, sua mão está tremendo muito! — Edigar defende-me, mas ele também estava do lado dela, a senhora que até outro dia havia chamado de filha. Ela estava passando mal e ele tentando amenizar as coisas, Edigar a considera como mãe. Alice me abraçou e disse que não voltará para o Edgar. Eu só podia ficar ao lado dela sem dizer nada e respeitar. Estávamos sentadas no sofá, algo aconteceu, um barulho na porta, alguém tentando forçar para entrar e a fechadura tremia. Quando fomos olhar, para nossa curiosidade e se fosse o nosso pai? Alice abriu para vê-lo, era ele mesmo, o próprio. — Edgar! Você é louco, como conseguiu entrar no morro, eles não viram você? — Alice, perdão, eu te amo… — Edigar, você tem noção do perigo que está correndo agora? Entrou sem autorização do líder, e agora, irmã? O faremos Isabela? — Se souberem que ele está aqui… Nem quero pensar! O que você tinha na cabeça? Droga, estamos ferrados! — disse Alice. — Alice, eu consegui entrar sem ser visto, mas algo estava acontecendo, os traficantes estavam saindo do Morro e eu entrei. Ela abraçou-o. Então digo: — Melhor ele pernoitar aqui, quando estiver amanhecendo, vamos ter uma ideia… Pode usar o meu quarto, ficarei no seu com os gêmeos. — Tem certeza irmã? Não será desconfortável para você? — Alice disse abraçada no Edigar. Fico feliz por vê-la tão bem, eu pergunto-me quando vou encontrar um amor assim desse jeito? Será que alguém vai me amar algum dia vou me apaixonar desse jeito? — Isa, cadê o papai? Ele não voltou desde que saiu para trabalhar no Bar… não seria melhor ligarmos para ele?-disse Alice preocupada. — Alice, ele está… Quando digo que ele saiu com o nosso tio, não poderia contar agora e Edigar estava aqui, mas a minha preocupação era com ela. — Nosso pai está bem, eu vou descansar agora, podem usar o meu quarto. Boa noite, cunhado, vocês tenham juízo! Alice deu risada, Edigar nada prometeu, fui para o quarto dela. Antes passei no meu e peguei uma muda de roupa e meu notebook, e os meus cremes hidratantes. Hoje não vou para boate, mas amanhã, sim, então vou dormir e descansar bastante. Antes de ligar para o meu pai, eu precisava saber se ele está bem. Quando efetuei as ligações, quem atendeu foi meu tio, ele disse que meu pai estava dormindo agora no soro e não quebrou nenhuma costela. — Querida não se preocupe, ele pediu para você manter isso em segredo de Heleno e Alice e não contou sobre o que aconteceu Para não preocupá-los dois. — Vou desligar, a doutora chegou. Bom descanso, belinha. Pode descansar e ficar tranquila, seu pai terá alta pela manhã. — Tio é alívio! Obrigada, eu descansarei e não mencionarei sobre o que aconteceu para meus irmãos, boa noite. Diga que estou esperando por ele, obrigada tio, você é um anjo em nossas vidas! Ele certamente sorriu, então desligou me dando tchau, o quarto de Alice não tem banheiro e eu tive que usar o do quarto do meu pai. Quando comi alguma coisa e fui para cama e ao ver os gêmeos dei um beijo na bochecha de cada um, são tão fofos! Deitei-me, e fechei os olhos tentando encontrar o sono e depois de tudo que passei pensando naquele maldito Marcos. A imagem de Lucas vem a mente, ele sorrindo e falando, seus gestos, aquele olhar e os olhos tão azuis piscina, quando me pego sorrindo. Quando me sentei na cama questionando-me, eu não conseguia parar de pensar nele, mas o que tem de errado comigo? — Sinto meu coração acelerado, mas o que tem de errado comigo, acho que estou doente e preciso ir ao médico! — digo abaixando o tom de voz. Deito novamente, então consigo dormir, a cama de Alice é de casal e eu estou ao lado dessas fofuras, os quais são meus sobrinhos. No entanto, a voz de Alice e o barulho no quarto ao lado, por Deus! Que barulho é esse! Alice e Edigar tocam fogo no meu quarto, fazendo aquilo certamente! Dormir era quase impossível, mas por fim, eu consegui dar uns cochilos e quando estava quase amanhecendo escutei um estoque na porta. — Isabela? Você está acordada, irmã? Temos que ir agora! — ela disse batendo.






