Meu pai parou e o encarou antes de dizer:
- Desde que me traga um vinho caro cada vez que vier vê-la, por mim tudo bem.
Achei que Joaquim pudesse rir, fingido que era uma brincadeira, mas não o fez.
- Joaquim está brincando! – Minha mãe tentou ajeitar a situação, sem jeito.
- Não, não estou! – meu pai deixou claro.
Fiquei imaginando se ele deixaria Pedro dormir comigo por um uísque de qualidade, daqueles caros.
- O que você faz da vida, Pedro? – Joaquim perguntou.
- Estou terminando o Ensino Médio e cursarei Direito.
- E seus pais?
Pedro relutou um pouco em responder:
- Morreram... Faz um tempo.
- Sinto muito... – Minha mãe o olhou, de forma piedosa.
- Esta casa é de respeito. Não dormirá com Clara.
- Não é minha intenção... Desrespeitá-la... Senhor Versiani.
Pedro ainda tinha os dedos enlaçados aos meus e me olhou de relance.
- Não criei filha para ser vagabunda. – Ainda queria se exibir, deixando claro o quanto era patético e ridículo.
- Entendo... Perfeitamente. – Pedro disse de fo