- Isso... É triste – mencionei – Sinto muito. E... Eu tenho algumas vagas lembranças de quando eu tinha quatro anos. Mas vieram dia destes, do nada na minha memória. – Lembrei da imagem de quando eu estava no carro com meus pais... O vermelho da lataria, o vestido de bolinhas que eu usava...
- O problema talvez não tenha sido a morte, mas a forma como ela aconteceu.
- E como aconteceu?
- Minha mãe sofreu um acidente de carro. Foi bem grave e ela ficou em coma. A chance de ela acordar era mínima. E mesmo que acontecesse, teria sequelas irreversíveis com as quais conviveria para sempre.
- Isso... É bem triste.
- Mas enfim... Havia uma possibilidade, mínima que fosse.
- E... Ela nunca acordou?
- Não... Porque meu pai a matou.
Senti uma forte pontada no coração e me senti extremamente desconfortável. Embora minha vontade fosse levantar dali e perguntar como ele aguentou passar por aquela dor, temi que não reagisse bem caso eu me movesse do lugar onde estava.
Pedro pegou minha mão, desvian