- Não quero que fuja novamente, Clara. Arranjarei uma forma de livrá-la disto tudo. Vamos ter que alegar legítima defesa e terá que falar tudo que Patrick fez. Precisa denunciá-lo.
Eu ri:
- Isso vai contra seus princípios... E não quero mudar isso, Pedro. Me indique um bom advogado. Eu fugiria, como sempre... Mas fico em dúvida entre ir e cuidar de Flora.
- Eu cuidarei de Flora.
- Isso significa que quer que eu vá?
- Não... Não quero que fuja. Pela primeira vez na vida, lute pelo que acredita.
- E acha que acredito que alguma coisa acontecerá com Patrick? – eu ri – Ele é intocável.
- Não em Noriah Norte. Não comigo como juiz.
Levantei e peguei minha bolsa. Retirei de dentro da carteira a foto dele, que eu carregava desde que a resgatei da lareira de Patrick, quando morava ainda num morro que pertencia a Gold Coast, na Austrália.
A imagem impressa estava gasta e manchada das vezes que Patrick jogava combustível sobre minhas lembranças, ameaçando queimá-las.
Entreguei-lhe a foto.
- A fo