- Pode me dizer o motivo? – O olhei seriamente, com a voz firme.
- Não, não posso. E não sou obrigado. Não, porque não.
- Tem que haver um motivo! – O enfrentei – Pelo menos me diga.
- Não! – gritou, batendo na mesa, fazendo com que eu e minha mãe nos assustássemos.
- Eu... Tenho 18 anos... – minha voz saiu fraca – Sou... Maior de idade.
- Pouco me importa quantos anos você tenha! – falou entredentes – Eu mando nesta casa. E em você. E não irá na porra do show e pronto!
Levantei da mesa e corri para o meu quarto, trancando a porta. Peguei uma mala e pus algumas roupas dentro. As lágrimas não me deixavam em paz, ofuscando minha visão de tanto que se derramavam. Pulei a janela e fui até o final do corredor que havia entre a casa e o muro, olhando o portão de saída.
Respirei fundo. Era minha única alternativa: pegar minhas coisas e viver a vida longe dali. Enquanto estivesse sob o comando dele, jamais seria feliz.
Olhei para a janela aberta e lembrei das minhas coisas... Meu quarto, min