Entrei no consultório com o coração aos pedaços, sentindo como se tudo ao meu redor estivesse desmoronando. O ambiente tinha aquele cheiro característico de antisséptico misturado com ração. Vi Marcio organizando alguns papéis na recepção, com a atenção concentrada. Ele levantou os olhos quando percebeu minha presença.
— Raila? O que aconteceu? — perguntou, franzindo a testa ao me ver completamente arrasada.
Tentei responder, mas a voz ficou presa na garganta. Meu peito parecia comprimido, como se o ar não conseguisse entrar. As lágrimas começaram a escorrer antes mesmo de eu conseguir falar uma palavra. Marcio largou tudo o que estava fazendo e veio na minha direção.
— Vem cá. — disse, abrindo os braços.
Aceitei o gesto sem pensar, me jogando no abraço dele, como se fosse a única coisa sólida em um mundo que estava desabando. O calor do corpo dele era reconfortante, mas eu continuava tremendo.
— Marcio... Eu não aguento mais. — murmurei, a voz embargada.
Ele me segurava firme, enquan