O restaurante italiano escolhido por Lucky para conversarmos é pequeno, acolhedor, com mesas de madeira rústica e um cheiro delicioso no ar. Mas nenhuma atmosfera aconchegante alivia a tensão que cresce entre nós.
Ele inclinou-se sobre a mesa, os dedos enroscados no cálice de vinho.
— Por que continua fugindo do que sentimos, bella?
A pergunta veio direta, como sempre. Ele nunca perdia tempo com rodeios.
Agarrei meu copo de vinho, meus dedos se contraindo ao redor da taça, sentindo o cristal gelado contra minha pele.
— Porque eu te usei para me vingar do Aidan naquela noite — admiti mais áspera do que pretendia. — Qualquer homem bonito teria servido. E agora você é meu chefe e ex-cunhado. Uma bomba relógio seria menos perigosa.
Lucky não pareceu surpreso.
— E se eu disser que não me importo de ser usado por você?
O vinho errou seu caminho e necessitei de uns segundos para retornar a normalidade.
— Não é justo — retruquei, limpando os lábios com o guardanapo. — O que sinto por você