♡ Bianca ♡
A resposta dele chegou rápida.
Lucky: Onde posso te encontrar?
Bianca: No Blank. É um bar perto da Hart Enterprises.
Que diabos acabei de fazer? Poderia culpar o álcool, mas não estou tão alta assim.
A verdade é mais simples: Quero machucar o Aidan, e seduzir a pessoa que ele mais odeia no mundo será um golpe certeiro no orgulho dele.
Meus olhos caíram no meu vestido de noiva. Bianca Malocchio não seria a noivinha abandonada por mais um segundo sequer, decidi.
— Para o carro ali! — gritei ao motorista, apontando para a primeira loja de roupas que avistei.
Entrei como um furacão na loja, exigindo no balcão:
— Quero o vestido mais curto, justo e decotado que tiverem.
Minutos depois, cheguei ao bar e mandei a limusine seguir de volta, deixando claro que Aidan pagaria tudo depois. Ele me deve isso e muito mais. E vai pagar com juros, prometi a mim ao sentar junto ao balcão e fixar o olhar na porta, a espera de Lucky.
Fiquei ali, tomando algumas doses, degustando uns salgadinhos e sendo alvo de olhares cobiçosos por horas... E Lucky não apareceu para ser a cereja do bolo da vingança. Nem mandou mensagens. Mas Aidan mandou e suas palavras só me deixaram mais furiosa e ansiosa em me vingar.
Aidan: Nunca foi minha intenção te magoar. Com a pressão do casamento e a chegada do meu irmão, estou estressado e você esteve fria e ocupada.
Bianca: Ah, então a culpa é MINHA. Vai se tratar. Melhor, vai pro inferno.
Aidan: Onde você está? Precisamos conversar frente a frente, como adultos.
Bianca: Estou CELEBRANDO meu livramento nos braços de um homem gostoso!
Desliguei o aparelho. Chega de mensagens, preciso de ação.
O problema é que ali não havia um homem que cativasse meu interesse. Cansada de esperar o alvo que deixaria meu ex surtando de raiva, decido tomar um ar antes de pedir outra dose. Vou para a saída dos fundos, usada por fumantes, mas naquela noite está praticamente vazia... Menos por uma pessoa.
Parado próximo a um carro, sob a luz fraca de um poste, um homem atraente ergueu os olhos do celular e me devorou com eles.
Em outra vida, eu teria fugido. Mas hoje? Hoje, dominada pela raiva e desejo de vingança, avancei na direção dele, correspondendo ao sorriso e ao olhar de luxúria.
Estou farta de ser a certinha, a previsível. Farta de ser traída e esquecida.
— Esperando alguém?
Lentamente, seus lábios curvaram em um sorriso que fez meu sangue ferver.
— Só você.
Avancei até que o calor do seu corpo me envolvesse, até que seu cheiro invadisse meus sentidos.
— Gosta do que vê?
Ele não hesitou.
— Sempre.
Uma só palavra, áspera, rouca, que fez meu estômago se encher de minúsculas borboletas de desejo.
Minhas mãos encontraram seu peito, os músculos fortes sob o tecido da camisa.
— Então? — Minha voz saiu mais baixa e rouca. — Vai ficar só olhando?
A resposta foi uma mão agarrando minha cintura, puxando com força bruta até que cada curva do meu corpo colasse na dele. A outra enterrou-se no meu cabelo, desmanchando o coque num puxão que me fez gemer.
— Tem noção do que está pedindo? — Seus lábios roçaram minha orelha, enquanto ele inclinava minha cabeça para trás até que meu pescoço arqueasse, expondo minha garganta ao hálito quente beijando minha pele.
Uma fraca relutância cravou-se no meu peito: Aidan. Maldição. Ainda amo o canalha.
Fechei os olhos e mergulhei no abismo, vendo ele me traindo não uma, mas duas vezes, a segunda sendo a mais cruel.
— Só me beije — implorei baixinho.
Foi o suficiente.
Seus lábios cravaram-se nos meus como uma deliciosa sentença. Nada de doçura. Nada de preliminares. Sua língua invadiu minha boca como um conquistador, roubando meu ar, meu juízo, qualquer resquício de controle. Meus dedos se agarraram nas costas dele, sentindo músculos tensos como aço.
Meu mundo virou de cabeça para baixo quando ele me empurrou contra o carro, o corpo dele um peso delicioso esmagando-me, o metal gelado um choque contra o calor que nossos corpos criavam.
— Quero ouvir você gemer meu nome — ele rosnou contra meus lábios, os dentes fechando no meu lábio, dor e prazer que me fez tremer.
Não. Uma vozinha relutante comandou no fundo da minha mente enevoada.
Nada de nomes. Nada de vínculos.
Empurrei minha mão contra sua boca, o calor da respiração dele queimando minha palma.
— Não! — Minha voz saiu rouca, mas firme. — Sem nomes. Sem promessas. Só isso. Só agora.
Por um segundo, seus olhos negros perfuraram os meus, avaliando.
E então - sorriu.
— Como quiser, bela.
O segundo beijo foi pura tortura.
Suas mãos percorreram meu corpo como se já conhecessem cada centímetro - a curva das minhas coxas, a suavidade da minha barriga, lugares que eu mesma odiava, mas que ele parecia adorar e idolatrar. Um braço envolveu minha perna, puxando-me contra a excitação dura dele, enquanto a outra mão entrelaçou-se no meu cabelo, arrancando um gemido.
— Você é tão perfeita.
Com um movimento fluido, levantou-me como se eu fosse pluma, empurrou minha calcinha e escorregou os dedos em meu centro, invadindo, arrancando um grito rouco que ocultei mordendo seu ombro.
Meu corpo arqueou, os quadris movendo-se contra sua mão como se minha sanidade dependesse disso.
Quando ele finalmente entrou em mim, foi com uma força que me fez ver estrelas. Minhas unhas cravaram-se em suas costas, as pernas enlaçando-o como correntes.
— Isso... — ele rosnou, os quadris batendo contra os meus com um ritmo brutal. — É o que você queria, não é?
Não respondi. Não consegui.
Cada palavra teria se perdido no som úmido dos nossos corpos se encontrando na escuridão, no rangido do metal, nos gemidos que ele arrancava de mim como confissões. Ele estava em todo lugar - nas mãos que me seguravam com posse, nos beijos que deixavam meus lábios inchados, no jeito que seu corpo me dominava.
Quando o orgasmo me atingiu, foi como um terremoto - violento, inesquecível, arrancando um rugido abafado dele contra meu pescoço e um gemido rouco dos meus lábios, enquanto meu corpo convulsionava contra o dele.
Os braços fortes continuavam envolvendo meu corpo ainda trêmulo, não de arrependimento, mas do choque brutal do ardente encontro. Seus beijos inesperadamente mudaram. Percorrendo meu pescoço, ombro e rosto com lentidão, quase doces, e isso era mil vezes mais perigoso que a paixão inicial.
Afastei-me com a desculpa de arrumar o vestido, sentindo meus lábios inchados e tentando recuperar o ar, e a sanidade.
Ficou ali, um demônio de olhos negros e respiração pesada, o mesmo que me arrastou para a beira da loucura ali mesmo, naquela rua vazia, escondidos apenas pela sombra de um carro e umas poucas palmeiras.
E então, o inesperado ocorreu: Em vez de desaparecer na noite, ele estendeu a mão em um claro convite.
— Vem comigo?