Seguindo Lucky em direção à saída do aeroporto, e já sentia o peso da realidade nos ombros. Três dias no Rio, três noites de um devaneio que não deveria ter acontecido. E agora, voltamos.
Lucky deslizou o celular do bolso antes mesmo de eu conseguir respirar fundo. O rosto dele, antes relaxado, endureceu ao ver o nome na tela.
— É o vovô — contou antes de atender.
Meu corpo congelou. Arthur Hart. O avô dele, o homem que praticamente construiu a Hart Enterprises com as próprias mãos e que, mesmo aposentado, ainda comandava o conselho com mão de ferro.
— Sim, chegamos. — Uma pausa. Seus dedos apertaram o celular até os nós dos dedos empalidecerem. — Hoje? — Outra pausa, mais longa. Um suspiro quase imperceptível escapou entre seus lábios. — Tudo bem. Passamos aí.
O encarei curiosa e ansiosa.
Ele desligou e virou-se para mim, os olhos escuros vasculhando meu rosto, como se tentasse saber o que atormentava minha mente.
— O avô nos convocou para uma reunião na mansão — contou.
— Para falar