MIRELA
Eu não sabia mais o que era dormir de verdade. Meus olhos pesavam, o corpo doía, mas nada doía tanto quanto o medo de perder o Thiago. Era uma dor diferente, silenciosa, que me corroía por dentro. E foi no meio dessa angústia que o Lucas se tornou meu porto seguro. Eu nunca pensei que um dia ele ia ser esse tipo de presença.
Forte. Quente. Humana.
A gente estava no corredor do hospital, sentados no banco duro de madeira. Eu encostei a cabeça no ombro dele e soltei o ar com força. Ele só me abraçou. Forte, como se aquilo bastasse pra me manter inteira.
— Você tá exausta, Mirela... — ele murmurou, passando a mão nos meus cabelos com tanto cuidado que me fez arrepiar.
Eu virei o rosto devagar e, sem pensar muito, olhei nos olhos dele. Os olhos do Lucas sempre tiveram uma intensidade diferente. Quase bruta. Mas naquele momento… tinha algo ali. Um carinho que escapava, uma dor escondida, um desejo mal resolvido.
E quando nossos rostos se aproximaram, não teve como evitar. Foi um be