THIAGO
Já passava das cinco da tarde quando chequei o celular pela décima vez. Nenhuma mensagem da Mirela. Nenhuma atualização. Nenhum áudio dizendo que ia demorar um pouco mais. Nada.
No começo, tentei me convencer de que era coisa da minha cabeça. Que ela estava realmente fazendo um trabalho com as amigas e que, sei lá, podia estar sem bateria, ou concentrada demais pra olhar o telefone.
Mas a verdade?
A verdade é que alguma coisa aqui dentro já estava me alertando. E quando meu instinto grita, eu aprendi a escutar.
Me encostei na cadeira do escritório, larguei o contrato que estava revisando e fiquei encarando a tela preta do celular, esperando aquele nome aparecer com um toque ou uma notificação qualquer.
Nada.
Levantei, fui até a janela. O céu já começava a mudar de cor. Um tom meio dourado se misturava com o azul e anunciava o fim do dia.
E ela?
Ela tinha dito que voltaria da escola e passaria na casa de uma amiga. Disse com tanta calma, com aquele jeitinho doce que me desmon