THIAGO
Sabe… eu não sei nem explicar o que tava passando dentro de mim. Eu fiquei olhando ela digitar aquele texto com a mão tremendo, o olho marejado, e o peito subindo e descendo rápido.
Mirela tava decidida. Eu vi no olhar dela.
Mas, mesmo assim, meu lado possessivo… esse aí não me deixou simplesmente esperar sentado. Eu precisava ver. Precisava ouvir. Precisava saber como ela ia se sair nessa conversa.
Ela falou que ia lá pro deck, mais afastado, porque o sinal tava melhor.
Mentira, né?
A gente sabe. Ela queria um canto pra resolver o rolo sem plateia.
Fingi que deixei. Só dei aquele sorrisinho de canto, beijei o topo da cabeça dela e falei:
— Vai lá, pequena. Resolve tua vida.
Mas assim que ela virou as costas, eu fiz o quê?
Levantei, meti a mão no bolso, peguei meu óculos escuro, ajeitei no rosto, peguei uma taça de champanhe e fui. Na miúda. Andando de canto, sem chamar atenção.
Fiquei ali, meio escondido atrás de uma das colunas da mansão, onde dava pra ver tudo sem ser visto