THIAGO
O sol mal tinha nascido quando abri os olhos.
Ainda estava ali, deitada do meu lado, dormindo como se o mundo fosse um lugar seguro. Mirela. A mesma que me tirou o chão, o juízo, o controle. O travesseiro bagunçado, o cheiro dela no lençol, a pele dela colada na minha…
Tudo ainda era real demais.
Passei a mão devagar pelos fios do cabelo dela, e meu peito apertou. O que a gente fez na madrugada não foi só tesão.
Não foi só impulso.
Foi entrega. E isso muda tudo.
Me sentei na beirada da cama, passando as mãos no rosto, tentando entender o que viria depois disso. A cabeça dizia uma coisa, mas o coração, esse desgraçado, batia o nome dela. Baixei o olhar pro corpo dela ainda coberto só com o lençol e engoli seco.
Era errado. Muito errado.
Mas também era impossível fugir.
— Tá fugindo de mim agora? — ela murmurou com aquela voz rouca de sono, me puxando de volta pra cama.
Virei pra ela e sorri de lado, mesmo com o peso das consequências me martelando a mente.
— Fugindo? Tô ten