Alexander Narrando
Acordei cedo, o quarto ainda mergulhado naquele silêncio bom de começo de manhã. A Norah dormia ao meu lado, de costas, respirando calma, linda demais até dormindo. Fiquei alguns segundos só olhando, sentindo aquela paz estranha que eu nunca tive antes dela.
O celular vibrou na mesinha de cabeceira.
Estiquei o braço com cuidado, alcancei o aparelho e vi o nome do Nico piscando na tela. Não era uma mensagem. Eram várias. Muitas mesmo. Junto com links.
Meu estômago deu um nó.
Abri o primeiro link.
E o mundo desabou.
Fotos da Norah. Algumas saindo do hospital, outras entrando na empresa. Prints de redes sociais. Manchetes nojentas, sensacionalistas, escritas pra ferir.
“Fisioterapeuta dá o golpe do século.” “A ‘Inha’ que fisgou o CEO bilionário aleijado.” “Relacionamento levanta suspeitas.”
Senti o sangue ferver.
Respirei fundo. Bem fundo.
Não era a mim que estavam atacando. Não era minha imagem, meu nome ou meu dinheiro que me preocupavam. Era ela. Só ela.
A Norah nã