CAPÍTULO XXVIII
A ESCOLHA
Caleb sentia-se aprisionado entre o existir e o não existir. No princípio, havia o apenas o nada, permeado de cristalina inconsciência. Então, a escuridão, densa e sufocante, trazendo consigo a voz gutural que vinha de todos os lugares e de lugar nenhum, um alento que o salvou da insanidade e da não compreensão.
“Para renascer é preciso morrer”. Disse a voz, retumbante.
A escuridão persistia em sua supremacia hegemônica.
“Aquele que morreu é um, o que renasce é outro.”
Um som trovejante foi ouvido, rápido, poderoso e ritmado.
“Aquele que renasce, renasce em mim e para mim.”
A partir da fria escuridão, surgiu o calor. Este era tenro, aconchegante e familiar.
“Venha para mim”.
Havia algo por todos os lados, algo líquido. O som borbulhante misturava-se ao tambor que seguia acelerado, ansioso.
“Chegou a hora”.
Uma fenda de luz se abriu rompendo