Laura Martins:
Saio do banheiro com os dentes trincados fortemente, sentindo toda a minha pele arrepiada por conta do banho gelado que acabo de tomar.
Assim que termino de vestir o pijama, o som do chorinho de Maya chama a minha atenção. Viro-me rapidamente em sua direção, vendo-a deitada sobre a minha cama, seu pequeno corpo se remexe inquieto, o cobertor emaranhado em suas pernas, sinais claros de que novamente seus sonhos estão arrastando-a para o dia do acidente.
Com o coração apertado, me aproximo dela, sentindo a angustia e urgência de conseguir acalma-la.
Sento-me ao seu lado, observo seu rostinho contorcido na expressão familiar de desespero, seus olhinhos apertados enquanto lágrimas silenciosas escorrem por suas bochechas. Minha mão começa a deslizar suavemente por seus cachinhos castanhos. — Alecrim, alecrim dourado, que nasceu no campo sem ser semeado...
Canto baixinho a canção que sempre acalma Maya, enquanto faço carinho em sua cabeça.
— Foi meu amor, que me disse as