– Sua filha da... você estava acordada esse tempo todo? – Perguntei incrédula.
– Não todo. Só enquanto você estava aí chorando... ah Lia não faz isso... – Caçoou Lia ainda meio fraca.
– Idiota! – Bufei.
– O que aconteceu? – Ela olhou ao redor tentando compreender onde estava.
– Você pulou na frente do carro.
De início Lia pareceu confusa, mas logo sua expressão confessou que ela estava se recordando.
– Você também se machucou?
– Só uns arranhões. Nada demais. Como você está? – Quis saber endireitando-me da cadeira para poder observá-la melhor.
– Estou meio dolorida, mas acho que... – Lia parou de falar, erguendo a cabeça desajeitada para olhar melhor sua perna. – que diabos...?
– Ah... você meio que quebrou a perna. – Mencionei.
– Eu acabei de comprar meu carro. – Sua voz subiu uma oitava.
– Daqui a pouco melhora e tudo vai voltar ao normal.
– Meu carrinho. – Sua boca fechou-se em um bico infantil, enquanto seus olhos marejados estavam concentrados em sua perna direita.