Meu peito estava tão apertado que por um instante pensei que não conseguiria respirar. O som da voz dele me fez estremecer, mas dessa vez não foi saudade, foi medo.
— Thales, você quase me matou — sussurrei, sentindo minha própria voz tremer. — E agora vem aqui como se fosse só um desentendimento de casal?
Ele franziu o cenho, dando um passo em minha direção, mas eu recuei. Não porque quisesse parecer fraca, e sim porque já sabia o que aquele olhar dele podia esconder.
— Eu não quero mais isso — continuei, tentando manter a firmeza. — Não quero viver com medo.
O silêncio caiu pesado entre nós. O vento balançava as cortinas da varanda e só o som distante dos grilos preenchia o espaço entre as nossas respirações. Ele me olhou por alguns segundos, e o sorriso forçado apareceu.
— Você tá confusa — disse, com a voz calma demais pra ser sincera. — Todos aqui estão te enchendo a cabeça, né?
Eu o encarei, firme, o peito subindo e descendo rápido.
— Não precisa culpar ninguém, Thales. A culpa