Saímos da empresa juntos, e eu só queria tirar Alice daquele clima pesado. Peguei o carro e a levei para um restaurante mais reservado, daqueles que a gente já tinha o costume de ir quando queria um pouco de paz. Sentamos, pedimos a comida, e no intervalo, ela me olhou, apoiando o queixo na mão.
— E aí… como foi com a Lurdes e o Renato? — perguntou, a voz suave, mas curiosa.
Soltei um suspiro pesado, encostando no encosto da cadeira.
— Do jeito que eu já imaginava… — respondi. — Os dois negaram até o fim. Juraram de pé junto que não sabiam de nada, que estavam só “cuidando” do dinheiro do Lucas.
Alice franziu o cenho.
— E você acreditou?
Balancei a cabeça, sentindo a raiva crescer de novo.
— Não. E o que mais me doeu foi ver o luxo em que eles viviam… carros, viagens, roupas caras… tudo bancado com o dinheiro do menino. Enquanto isso, meu filho estava naquele inferno de colégio, largado como se fosse nada.
Ela não falou nada de imediato, só estendeu a mão por cima da mesa e segurou