Passei os dedos nas têmporas e respirei fundo. Era muita coisa para uma mente só suportar. Linda tinha trazido o remédio há meia hora, mas só aliviou um pouco a dor e nada dela ir embora.
De repente, o telefone ligado à recepção tocou e peguei o fone quase no automático.
— Sim?
A voz da recepcionista, Yana, soou um pouco aflita.
— Senhor, tem uma mulher aqui insistindo que precisa falar com você.
Minha primeira reação foi cortar ali mesmo.
— Diz que não posso atender agora, peça para ela agendar um horário.
Mas antes que ela pudesse responder, ouvi um barulho ao fundo e outra voz tomou o telefone. Uma voz que fez um sorriso escapar do meu rosto sem que eu percebesse.
— Olha, Diogo, essa mulher aqui não quer me deixar subir. Eu estou a um passo de voar nessa cara metida dela.
A gargalhada saiu fácil, quase leve.
— Não faz isso com os meus funcionários, meu amor. Já estou indo aí.
—Vou te esperar. — ela disse, e desligou.
Balancei a cabeça com um leve sorriso colado nos meus lábios. Ali