Aquela interação rápida, sob os olhares de outras pessoas, tinha sido quase tão intensa quanto o que aconteceu no banheiro.
Havia um jogo ali, uma linha tênue e perigosamente deliciosa entre o profissional e o pessoal, entre o público e o profundamente privado.
E nós dois éramos os únicos jogadores que conheciam as regras.
Ele tinha me olhado e, em seus olhos, eu tinha visto o eco de seus dedos na minha pele, a promessa de que aquilo era só um intervalo.
E essa promessa, proibida e tentadora, fez um sorriso largo e totalmente impróprio estampar meu rosto, sozinha na minha sala.
Era assustador. Era irresponsável. Mas, pela primeira vez em muito, muito tempo, eu me sentia completamente viva.
***
A chave girou na fechadura com o cansaço habitual de uma terça-feira qualquer, mas o peso no meu corpo hoje era diferente.
Não era só a exaustão do trabalho, era a tensão gostosa que ainda pulsava nas minhas veias, o eco dos sussurros de Rafael no meu ouvido, a coragem nova que aquilo tudo