Cap.103

Lorena arregalou os olhos.

— Rafael, não. — O sussurro dela era um aviso.

Eu sorri e então olhei para o garçom. O homem, experiente, deu uma olhada rápida no dinheiro, depois em Lorena, e um brilho de cumplicidade apareceu em seus olhos.

Ele entendeu perfeitamente a "conversa importante" que eu precisava ter.

— No corredor dos banheiros, senhor. Há uma porta atrás da cortina de veludo. É a despensa. É… tranquila.

— Perfeito — eu disse, entregando-lhe as notas. Ele as pegou com um movimento fluido e desapareceu.

Virei-me para Lorena, que estava me encarando como se eu tivesse enlouquecido.

— Vamos.

— Não somos mais adolescentes, Rafael. Isso é loucura.

Eu me inclinei sobre a mesa, reduzindo a distância entre nossos rostos.

— Não tem idade pra essas coisas e é só um beijo. Você não quer, pelo menos, encerrar a noite com um beijo de verdade?

Ela me olhou, desconfiada e os olhos cintilando. A batalha interna estava clara e então, o desejo venceu. Ela respirou fundo.

— Só um beijo.

— Só
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