Lorena arregalou os olhos.
— Rafael, não. — O sussurro dela era um aviso.
Eu sorri e então olhei para o garçom. O homem, experiente, deu uma olhada rápida no dinheiro, depois em Lorena, e um brilho de cumplicidade apareceu em seus olhos.
Ele entendeu perfeitamente a "conversa importante" que eu precisava ter.
— No corredor dos banheiros, senhor. Há uma porta atrás da cortina de veludo. É a despensa. É… tranquila.
— Perfeito — eu disse, entregando-lhe as notas. Ele as pegou com um movimento fluido e desapareceu.
Virei-me para Lorena, que estava me encarando como se eu tivesse enlouquecido.
— Vamos.
— Não somos mais adolescentes, Rafael. Isso é loucura.
Eu me inclinei sobre a mesa, reduzindo a distância entre nossos rostos.
— Não tem idade pra essas coisas e é só um beijo. Você não quer, pelo menos, encerrar a noite com um beijo de verdade?
Ela me olhou, desconfiada e os olhos cintilando. A batalha interna estava clara e então, o desejo venceu. Ela respirou fundo.
— Só um beijo.
— Só