Encarei Julio por alguns segundos em silêncio. As palavras dele ainda giravam dentro de mim, uma por uma, como uma tempestade que só agora começava a se acalmar.
Tudo o que ele contou... doeu. Doeu como se eu tivesse levado um soco no meio do peito. Mas mais do que a dor, eu sentia um peso e uma responsabilidade, não só pelo que ela já viveu, mas pelo que eu faria com o que sei agora.
— Eu tô disposto, Julio. — Minha voz saiu firme, sem tremor. — Eu quero aprender sobre ela, entender mais sobre a vida dela, sobre o que precisa... Eu quero acolher e quero amá-la. Amar de verdade.
Ele continuou me olhando com os braços cruzados, mas os olhos pareciam menos duros agora.
— Alice é uma mulher incrível. Forte, corajosa... e ao mesmo tempo, cheia de rachaduras. Mas isso só faz dela mais linda. — Respirei fundo. — E ela despertou em mim um sentimento que eu nunca senti antes. Nem perto disso. Não tem como eu simplesmente... deixar isso escapar e eu não quero.
Julio ergueu um pouco o queixo,