Leon sentiu o sangue gelar. Quinhentos mil? Sua mãe estava lá, no estúdio de Jéssica, oferecendo dinheiro para ela ir embora? A indignação o dominou. Ele desligou o telefone abruptamente, o rosto contorcido de raiva. Sem pensar duas vezes, pegou as chaves do carro e saiu correndo do escritório, descendo os andares em tempo recorde. A cada segundo, a fúria crescia. Como Eleanor ousava? Como ela podia ser tão cruel e manipuladora? Ele dirigiu em alta velocidade, o coração martelando no peito, imaginando a cena, a humilhação que Jéssica devia estar passando. Quando finalmente chegou ao estúdio Áurea, ele passou como um raio em direção a sala de vidro. Ele abriu a porta com um ímpeto, pronto para explodir, para defender Jéssica, para colocar sua mãe no lugar de uma vez por todas. Mas a cena que encontrou o fez parar. Jéssica estava de pé, ereta, os braços cruzados, o olhar fixo em Eleanor. Não havia medo, nem humilhação em seu rosto. Havia uma dignidade inabalável e uma frieza cortante.