Os dias seguintes se arrastaram, pesados e intermináveis, cada um deles uma réplica amarga do anterior para Leon. O celular, antes uma extensão de Jéssica, agora era um objeto de tortura. Vibrava com suas chamadas, acendia com suas mensagens, mas Leon se recusava a atender. Ele respondia, sim, com frases curtas e evasivas: "Estou ocupado", "Resolvendo algumas coisas", "Falo com você depois". A verdade é que ele não conseguia confrontá-la sobre a foto. A imagem, ainda vívida em sua mente, era um muro entre eles, um muro que ele não sabia como derrubar ou como escalar. E, paradoxalmente, ele também não conseguia seguir em frente. A ideia de uma vida sem Jéssica era um vazio insuportável.
Do outro lado da linha, Jéssica sentia o abandono se instalar. As respostas mornas de Leon, a ausência de sua voz, a falta de uma explicação, de um confronto – tudo isso confirmava seus piores medos. Era a história se repetindo, como um disco arranhado. No passado, a família Hawksmoor havia sido um cat