Após minutos que se arrastaram como horas, o consultório de ecografia parecia envolto em um silêncio pesado, quebrado apenas pelo leve clique dos botões do aparelho e pela respiração contida de Leon e Jéssica. Ela estava deitada na maca, o lençol cobrindo suas pernas, o olhar fixo na tela escura à espera de um milagre. Leon segurava sua mão, apertando-a a cada segundo que passava sem que o médico falasse. A apreensão era palpável, uma nuvem densa pairando sobre eles.
O médico, um ultrassonografista experiente e de semblante calmo, manejava o transdutor com precisão, seus olhos atentos à tela. Finalmente, após um longo instante que pareceu uma eternidade, um som de alívio escapou de seus lábios.
_ Ah, aqui está. Pequenino, mas está aqui.
Na tela, uma minúscula mancha escura apareceu, quase imperceptível em meio ao borrão. Era o saco gestacional. Jéssica engasgou, e Leon apertou sua mão com mais força. Ali estava. O começo.
O médico continuou, sua voz suave, mas com um tom de cautela.