Naquele mesmo dia, ao meio-dia, os papéis da transferência de Lorena foram finalizados. Enquanto ela arrumava suas coisas, Murilo invadiu o quarto de hospital:
— Lorena, por que você quer ser transferida? É por minha causa?
Lorena não respondeu. Fingiu que não ouviu nada e continuou a arrumar suas coisas como se ele não estivesse ali.
Murilo se aproximou rapidamente e segurou sua mão, implorando com a voz cheia de desespero:
— Lorena, podemos conversar por favor? Não fuja de mim, não fuja dos nossos problemas!
A mão de Murilo estava gelada. Lorena a soltou com firmeza, seu olhar tão frio quanto o gelo:
— Murilo, você não vai parar? Eu agradeço por você ter me salvado durante o terremoto, mas isso não te dá o direito de me perseguir. Eu vou pedir aos meus pais que te deem uma boa quantia em dinheiro como forma de agradecimento. Depois disso, por favor, pare de me importunar!
Murilo deu um passo para trás, cambaleando, enquanto seus olhos ficavam vermelhos e sua respiração tremia:
— Lore