— O quê? — Murilo achou que tinha ouvido errado. — Vocês devem ter confundido a pessoa! Eu estive com minha esposa ontem mesmo. Além disso, estamos fora do país. Como ela poderia estar... morta?
Do outro lado da linha, o policial repetiu pacientemente:
— Sr. Murilo, o corpo de sua esposa foi trazido para a delegacia ontem à noite. A perícia e o médico legista já realizaram os exames necessários, e também fizemos uma comparação no banco de dados. A identificação preliminar não deixa dúvidas. Quando possível, seria melhor que o senhor viesse para confirmar.
A certeza na voz do policial fez o rosto de Murilo perder toda a cor. Uma sensação sufocante de angústia tomou conta do seu peito. Ele gaguejou, com a voz trêmula:
— Não... Não pode ser verdade! Isso é impossível!
O policial não prolongou a conversa. Após repetir a informação de forma protocolar, ele encerrou a ligação.
Assim que o som do fim da chamada ecoou, o celular escorregou das mãos de Murilo e caiu no chão com um baque seco. E