Aquela criança nunca foi dela.
Ninguém sabia de onde a Rose tinha tirado aquele filhote, tentando enganar a todos como se fosse seu. Mas bastou o resultado do exame sair para a farsa cair por terra.
Ela e o filhote foram expulsos do clã sem nem uma tira de carne seca pra levar.
Aquela que antes desfilava cheia de pompa, agora não tinha sequer onde dormir.
Cambaleando, voltou para a casa dos pais com os olhos vermelhos, à beira do colapso. Assim que abriu a porta, gritou:
— Pai! Mãe! Pelo amor da Deusa, me ajudem!
Mas tudo o que recebeu foi o silêncio pesado da sala.
Os pais estavam sentados num banco de pedra. Ambos com o rosto carregado.
A casa, antes perfumada de flores e ervas frescas, agora parecia tomada por um inverno permanente.
O pai segurava um galho entre os dedos, o olhar sombrio. A mãe, com os ombros curvados e a expressão exausta, parecia ter envelhecido dez anos.
Rose sentiu o ar mudar. Deu alguns passos, apressada:
— Pai, mãe, façam alguma coisa! Meu companheiro me rejei