Beatriz saiu do banho, toda enrolada no roupão.
Rodrigo estava largadão, com a camisa aberta, de olho no celular. Quando a viu, levantou o olhar.
— Viramos notícias, meu bem. A internet toda já sabe que cê tem um novo namorado.
Beatriz chegou perto para dar uma olhada no celular dele:
— Já tá tarde.
Rodrigo, usando os chinelos masculinos novos que Beatriz tinha comprado, estava de bom humor:
— Bom.
Aí ele deixou o celular ao lado e começou a se arrumar, abotoando a camisa.
— Então, eu podia ficar aqui, né?
Ele olhou para ela enquanto fechava o cinto:
— Posso?
— Claro que não.
Beatriz tinha muito o que fazer, e ia ficar difícil com o Rodrigo por perto.
A resposta dela foi tão direta que até machucou.
Rodrigo ficou magoado.
Por que o coração dessa mulher não podia ser tão mole quanto na cama?
Ela gemendo o nome dele, toda derretida, seria tão perfeito...
Ele se inclinou, apoiando as mãos no sofá, prendendo-a entre os braços.
— Não dá mesmo?
— Não dá.
Rodrigo deu de ombros, não insistiu.