— Boa noite, querida!— A voz dele era tão sedutora.
Eu tremia segurando o celular com as duas mãos.
— Romeu, o almoço de negócios foi hoje, não foi? Você vai voltar para casa logo, não vai? A que horas chega amanhã?
Ouvi uma risadinha carinhosa dele.
— Calma querida, eu devia pegar um voo agora a noite, mas houve um imprevisto, terei que ficar mais dois dias!
— Não!— eu quase gritei e joguei o telefone longe.
— Alô, Juliette! Alô, Juliette, está tudo bem?— A voz insistia.
Eu observava o celular num canto, no chão, perto da janela e chorava inconformada. Na minha mente só vinha a dama de companhia. Imaginava uma mulher linda do lado do meu marido, com uma roupa sensual. Um longo vermelho com um detalhe mostrando a sua coxa. Meu Deus, eu podia ver a taça de champanhe na mão dela, os dois se beijando e se amando naquele quarto de hotel. A dor era muito grande!
Meu corpo foi perdendo as forças e eu fui tentando me segurar na parede até alcançar o chã