Capítulo 8

O som do motor do carro ecoou pelo pátio da mansão, e, por instinto, olhei pela janela do escritório.

Minha avó desceu primeiro, apoiando-se na bengala, e Camila veio logo atrás, equilibrando um número absurdo de sacolas. O motorista mal dava conta de tudo.

Fiquei alguns segundos observando a cena. Minha avó sorria e, não era aquele sorriso educado de quem finge gentileza para visitas, era um sorriso verdadeiro, sereno e raro.

Fechei a pasta de relatórios e me afastei da janela. Encontrei as duas no hall minutos depois. Minha avó estava animada, quase como se não estivesse doente, enquanto os empregados carregavam as compras para o quarto de Camila.

— Compraram o shopping inteiro? — perguntei, cruzando os braços.

— Não exagera, querido — disse minha avó, com a naturalidade de quem ignora o peso da ironia. — Apenas o necessário pra uma moça que finalmente vai viver direito.

Camila pareceu um pouco constrangida.

— Foram só algumas coisas, Leonardo. Sua avó insistiu.

— Eu insisto por boa
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