O som da bola de tênis batendo contra o piso ecoava pelo ar quente da manhã. Não passava das oito da manhã, mas o sol já queimava com força suficiente pra fazer o suor escorrer pela nuca.
— Vai errar de novo se continuar tenso assim — provocou Max, girando a raquete com um sorriso irritantemente confiante.
Revirei os olhos e respirei fundo antes de sacar. A bola cruzou a quadra com precisão cirúrgica, quicando perto da linha. Ele nem tentou devolver.
— Isso foi sorte — provocou, rindo.
— Isso foi técnica — respondi. — Algo que você deveria tentar aprender.
— Técnica? — Max arqueou a sobrancelha. — Chama de técnica o fato de descarregar raiva em tudo que toca?
Sorri de canto.
— Funciona.
Seguimos jogando até que o telefone começou a tocar no bolso da mochila, do outro lado da quadra. Max parou o jogo, levantando as sobrancelhas.
— Vai atender ou prefere continuar fingindo que não existe vida fora daqui?
Suspirei e caminhei até a mochila. Quando atendi, logo reconheci a voz do doutor.
—