Inácio Hall
Entrei no escritório com Daniel, que fechou a porta atrás de nós e esperou pela minha explicação.
— Então? — ele perguntou, a voz grave.
Sentei-me tranquilamente na poltrona.
Não estava nervoso, nem com medo de ser descoberto. Ele não saberia da verdade; eu contaria apenas o que era necessário para acalmá-lo.
— Eu estava meio desesperado e não medi as consequências do meu ato: droguei Amélia e a fiz assinar um contrato de casamento comigo. Foi assim que nos casamos... — comecei, sabendo que nem tudo podia ser mentira.
Ele me interrompeu, incrédulo.
— Você fez o quê? Ficou louco? Eu não gosto dela, mas também não quero que seja infeliz só porque a ama. Isso não significa que você deva drogá-la e obrigá-la a se casar com você...
— Eu não a obriguei — me defendi, com a voz firme.
Ele me olhou, descrente.
— Não? Você está se ouvindo? Você a drogou! Ela não estava consciente dos próprios atos. Ela não o ama, só está com você porque... espera, por que ela ainda está c