Amélia Moreira
O avião caía descontroladamente. Tudo acontecia em um borrão cinzento de motores gritando e poltronas chacoalhando. Abracei-me a Diana com força, fechando os olhos e esperando pelo inevitável.
Então, sinto um solavanco violento, como se a aeronave estivesse subindo de novo, lutando contra a gravidade. Abro os olhos e vejo Inácio, Xz e X9 com olhares confusos, o pavor de segundos atrás substituído por uma incredulidade silenciosa.
— Não está mais caindo? — questiono, a voz embargada, mal conseguindo acreditar.
— Pelo que parece, não. O idiota do Gabriel conseguiu — diz Xz, escorado na poltrona da frente, o rosto ainda pálido.
Inácio se levanta da sua poltrona com a agilidade de um predador, vindo diretamente em minha direção. Ele se agacha na minha frente, ignorando o resto do mundo. Seus olhos escuros, que antes refletiam o pânico, agora me avaliam com uma intensidade quase possessiva.
— Você está bem? Não se machucou? — ele pergunta, sua voz grave e controlada, mas a p