Amélia
Abri os olhos, a cabeça explodindo em dor e a mente embaçada. A última coisa que me lembrava era o pano sufocante contra o meu rosto e a escuridão que me engoliu.
Não sabia onde estava, só que acordara em uma sala escura e imunda, com um forte cheiro de mofo que agredia minhas narinas. Uma fraca luz entrava por uma pequena janela empoeirada no alto da parede. Tentei me levantar, mas meus pulsos e tornozelos estavam firmemente amarrados a uma cadeira. O pânico começou a subir pela minha garganta.
Nesse momento, a porta de madeira rangeu e se abriu, revelando a silhueta de um homem alto, seguido por outros dois. O medo me perfurou.
— Quem são vocês? Onde estou? — perguntei, tentando esconder o tremor na minha voz.
O homem mais alto, com um sorriso sinistro que revelava dentes amarelados, aproximou-se de mim. Ele tinha um olhar frio e calculista que me gelou até os ossos.
— Bem-vinda, Amélia — disse ele, com uma voz rouca e arrastada. — Eu sou Raul. Você está em um lugar muito esp