Enraizados na Verdade
Na manhã seguinte, a fazenda despertou sob uma névoa suave, como se a natureza envolvesse o lugar em um manto protetor.
O cheiro de terra molhada e folhas de pitangueira misturava-se ao aroma do café fresco vindo da cozinha.
Lara observava pela janela o jardim ainda úmido do orvalho, uma xícara entre as mãos e o pensamento ainda preso nas palavras de Josué na noite anterior.
Artur desceu as escadas devagar, os cabelos desalinhados e a barba por fazer.
Estava visivelmente cansado, mas havia em seu olhar um brilho tranquilo.
Encontrou Lara na cozinha e lhe ofereceu um beijo leve na testa antes de sentar-se ao lado dela.
— Ele dormiu bem. Disse, referindo-se ao pai.
— Mas me chamou duas vezes durante a madrugada.
—Esqueceu onde estava.
Lara pousou a xícara.
— E como você lidou?
— Fiquei com ele. Fiz chá.
—Contamos histórias que talvez tenham sido inventadas, mas nos fizeram rir.
Ela sorriu com ternura.
— Isso é cuidar. Você está se tornando um homem inteiro,