Reencontros e Silêncios
O sol filtrava-se entre as árvores enquanto Lara ajeitava os últimos detalhes no galpão.
A transformação do espaço era nítida:
Cada canto transmitia acolhimento, com cores suaves e objetos pensados com carinho. Ela observava Gabriel brincar com outras crianças, agora mais à vontade, como se o ambiente lhe devolvesse a liberdade roubada pelo trauma.
Do outro lado do pátio, Josué conversava com um voluntário. Lara notou, mais uma vez, o leve tremor em sua mão quando ele gesticulava com a xícara de café. Era sutil, mas estava lá, insistente, silencioso, como uma sombra que ele tentava ignorar.
Ela sabia que ainda não era o momento de perguntar.
Josué era fechado com sua dor. Mas o temor crescia em seu peito como um nó difícil de desatar.
— E se a gente fizesse uma parede sensorial aqui? sugeriu um dos voluntários.
— Ótima ideia. Respondeu Josué, já anotando com a mão esquerda, a direita discretamente apoiada sobre a coxa, tentando controlar o tremor.
— As cri