Ayumi Clark é uma mulher determinada a encontrar a felicidade e o amor verdadeiro. No entanto, sua busca a leva a um relacionamento abusivo, onde ela sofre agressões físicas e emocionais. Desesperada para escapar desse ciclo de violência, Ayumi conta com a ajuda de seus amigos, especialmente de Kaléo Coleman, seu melhor amigo. Juntos, eles embarcam em uma jornada de cura, enfrentando os traumas do passado e aprendendo a amar a si. À medida que Ayumi e Kaléo descobrem sentimentos além da amizade, eles lutam para superar as dúvidas e encontrar um caminho para o verdadeiro amor. Nessa emocionante história de superação, eles enfrentam obstáculos, encontram força na união e descobrem que o amor e a compaixão são fundamentais para curar suas feridas. Uma narrativa inspiradora de amor, amizade e resiliência, onde Ayumi e Kaléo aprendem que, mesmo após as adversidades, um final feliz é possível. ESTE LIVRO POSSUI GATILHOS, VIOLÊNCIA E ABUSO.
Ler maisAssim, ela ficou incomunicável e em pequenos momentos de confronto, eu me via igual ao meu pai! Sem conseguir me controlar, pois quando dava por mim, já estava lhe castigando. Não que me agrade totalmente punir a minha mulher, mas um lado meu se sente satisfeito, pleno e feliz. Na noite em que saí para comemorar a assinatura de um grande contrato, encontrei Marieta e estava aproveitando com ela quando fui visto pelo idiota pomposo. Acabamos discutindo e sem esperar, ele me acertou um soco. Antes que eu pudesse reagir, ele já estava em cima de mim, distribuindo mais socos, e acabei inventando uma pequena mentirinha. Mas com a minha mulher, ele não teria essa chance, e naquele momento, a minha noite havia acabado.
Chego em casa cheio de ódio e a encontro na sala sentada lendo um livro. O silêncio da casa é cortado apenas pelo som das páginas viradas e pelo tic-tac do relógio na parede. Quando conto que seu amigo voltou, observo seus olhos escurecerem e brilharem, sinto mais ódio. Eles têm a cor de chocolate amargo, mas agora parecem carvão em brasa. Ela não tem o direito de amar outro além de mim. Na verdade, eu já sei há um tempo, mas agora ela é minha. Só minha! Sinto o cheiro do seu perfume no ar, uma mistura de flores e frutas que me enlouquece. Pego-a pelo braço e a arrasto até o quarto, ignorando seus protestos e sua resistência. A jogo na cama e subo em cima dela, sentindo a maciez da sua pele e o calor do seu corpo.
Temos uma discussão, e no momento em que vou tirar satisfação, ela j**a a bomba. Lembro-me da minha mãe e não quero isso nem para mim, nem para ela. A discussão muda de foco, e agora é sobre seu desejo doentio. Sem saber o que fazer, saio de casa para pensar e me dou conta de que esqueci o celular. Volto e o celular não está onde o deixei, procuro por ela, mas não há encontro. Vou ao quarto e escuto sua voz sussurrada mencionar o nome dele.
Entro no banheiro com um sorriso no rosto por saber qual será sua reação. O celular está em suas mãos, e ela me olha com lágrimas escorrendo em seu rosto e os olhos vermelhos. Caminho até ela e, quando pego o aparelho levando-o ao ouvido, ouço a voz daquele imbecil chamando minha mulher. No mesmo instante, o monstro em mim aparece, e eu abraço aquele sentimento, cansado de não deixá-lo se divertir.
Com fúria, arremesso o aparelho contra a parede e a agarro pelos cabelos, dizendo: — Agora cuidarei de você, querida!
Arrasto-a para o quarto, e ela se debate com todas as suas forças, desesperada. Sem hesitar, dou-lhe um tapa forte em seu rosto. Ela perde o equilíbrio, tombando e batendo a cabeça na quina do criado-mudo. Assim que a vejo estendida no chão, atordoada, monto em cima dela, apertando seu rosto.
— Hora do seu castigo, meu bem! Você vai aprender a não mentir para mim e nem me trair.
Levanto a mão…
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Pisco os meus olhos e vejo minha mãe implorando para não apanhar. Contudo, meu pai é implacável em cada tapa e em cada soco. Fechei os meus olhos para não assistir ao meu pai castigando a minha mãe, mas não adianta muito porque mais uma vez ela grita, e grita muito.
— Abra os olhos, moleque — ele diz, mas ainda permaneço com os olhos fechados e minhas mãos estão tapando os meus ouvidos. Em menos de alguns segundos, minhas mãos são arrancadas de meus ouvidos com força e ele mais uma vez grita: — Abra… Aprenda a ser homem!
Abro os meus olhos e ele volta para perto dela, sobe em cima do corpo já sem forças e começa a castigá-la novamente. A cada golpe ouço menos os gemidos dolorosos de minha mãe. Ele se levanta e começa a chutar seu corpo inerte, e depois do último chute, ele se vira e caminha na minha direção…
Será que ele também vai me agredir? Será que eu mereço? Será que eu desejo? Uma mistura de medo e excitação me invade. Admiro o sangue que escorre do rosto dela, como um verniz vermelho reluzente. Aprecio o som dos ossos que se partem, como uma melodia macabra. Encanto-me com o olhar dele, tão gélido e impiedoso, como um caçador esfomeado. Ele é vigoroso, é imponente! Ele é o meu pai… E eu anseio por ser igual a ele.
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Pisco os olhos repetidas vezes e lá está ela, a minha mulher no chão, apagada e ensanguentada. Olho para as minhas mãos e estão cheias de sangue. Levanto-me e me viro, indo em direção ao banheiro. Lavo as mãos e me olho no espelho, vendo minhas roupas sujas de sangue. Tiro-as e vou até o closet. Coloco outra roupa e me aproximo dela. Me abaixo para tentar sentir a sua pulsação e não há nada! Então, tenho a certeza de que ela se foi!
— Ah! Meu amor, olha o que você me fez fazer. Agora ficarei sem você, minha doce menina. — Passo os meus dedos em seus cabelos ensanguentados e, se eu não soubesse que era a minha princesa ali, eu não a reconheceria.
Respiro fundo, olhando-a e guardando essa imagem em minha memória, eternizando aquele cheiro de sangue e o silêncio que ele trazia.
A floresta que cercava nossa casa parecia observar atentamente pelas sombras nas vidraças, com as árvores majestosas que se erguiam em meio à neblina, suas copas densas filtrando a luz da lua e lançando sombras misteriosas ao nosso redor pela janela.
— Sentirei a sua falta, meu amor!
Olho para o seu corpo estirado, irreconhecível, e balanço a minha cabeça. Mesmo sabendo que ela não iria me ouvir, eu digo: — Agora você está bem e, como prometido, ninguém mais terá o que é meu. Teria né, já que você se foi…
Pego um lençol no armário e o abro em cima da cama. Pego Ayumi e a coloco em cima do lençol, enrolando-a nele. Pego-a no colo novamente e saio de dentro da casa, indo até o carro. Coloco-a no banco de trás e vou até a garagem, onde pego uma pá e a jogo no porta-malas. Entro no carro em seguida. Descubro o seu rosto e sorrio. Dou a partida e saio da garagem, batendo um papo animado com a minha falecida mulher durante todo o caminho.
A estrada sinuosa me leva através de densas florestas, cujas árvores antigas e imponentes parecem sussurrar histórias antigas enquanto passo por elas. Os raios do luar atravessam as folhagens, criando uma trama dourada de luz e sombras ao meu redor. Sigo para um lugar que gostava muito de ir e, assim que chego à reserva florestal, estaciono o carro e saio dele. Como está escuro, deixo o farol ligado para iluminar o caminho. A floresta exala um perfume terroso e fresco, enquanto a brisa suave acaricia meu rosto, trazendo uma sensação reconfortante. Ando poucos quilômetros com a pá na mão e assobio, minha trilha sonora solitária ecoando suavemente entre as árvores altas.
O corpo de Ayumi está sobre os meus ombros e acho o local perfeito. Uma pequena clareira surge entre as árvores, coberta por uma manta de musgo macio. Os raios do luar filtram-se entre as copas das árvores, criando um espetáculo de luz e sombras no terreno. Coloco-a com cuidado no chão e começo a cavar. Assim que está numa profundidade boa, arrasto o seu corpo para a vala. Olho para os lados e não vejo nada, nem escuto nenhum ruído. Tudo aqui faz silêncio para observar minha pequena obra de arte. Minha atenção volta para a pessoa que um dia eu poderia dizer que amei.
— Um lugar perfeito para o descanso eterno, você procurou e encontrou, Ayumi — pego a pá e começo a jogar terra em cima dela, enquanto assobio. Me viro e começo a andar, mas lembro-me de algo. — Avisarei ao Coleman que você deixou lembranças! — Sorrio, voltando para o carro.
A floresta parece acompanhar cada movimento meu, os sons suaves dos animais noturnos misturando-se ao meu assobio, como uma melodia sombria que ecoa através dos seus recantos verdejantes.
Anos depois…Estamos deitados na cama, Kaléo e eu, de mãos dadas, olhando um para o outro com um amor que nunca diminuiu. Somos velhos agora, mas ainda sentimos o mesmo amor que sentimos quando nos conhecemos há tantos anos. Compartilhamos uma vida maravilhosa juntos, cheia de aventuras, desafios e momentos inesquecíveis. Sinto a mão de Kaléo apertando a minha, e sei que ele sente o meu aperto também. Nós não precisamos dizer nada, nossos olhos dizem tudo. Vejo o amor que ele tem por mim e sei que o meu amor por ele é tão forte quanto o seu.— Te amo para sempre.— E depois?— Depois do quê?— Depois de tudo e de todo o sempre.— Hummm, de todo o sempre? — Ele faz um carinho em meu rosto.— Sim. — Dou um sorriso.— Se depois de tudo e de todo o sempre existir, eu te amarei pela eternidade.Agora, sentimos que nossos corpos estão cansados e envelhecidos. Sabemos que nossa jornada juntos está chegando ao fim, mas não temos medo. Estamos juntos e isso é o que importa. Nós nos olhamos pro
Termino de contar tudo a Christian, um amigo que não via há anos, havíamos nos encontrado no mercado aqui perto de casa e então o chamei para jantar. — Nossa, Jaci! Que barra você enfrentou. — Ele diz colocando a mão em meu ombro.— Pois é, mas agora olhando para trás, sou grato.— Como assim? Eu não consigo entender? A Clara que sempre se mostrou boa moça, esposa e compreensiva te deu um pé na bunda quando as dificuldades chegaram, você se esforçava, mas ela nem ao menos ligou para isso.— Clara queria continuar a ter a vida boa que tinha. Ela não queria voltar a ter uma vida simples e com algumas dificuldades que tinha quando era criança. Porém, nada justifica a traição, apesar de que mesmo não estando mais morando juntos, eu ainda era casado com ela. Entretanto, meu caro Christian, eu agradeço a traição dela e pude abrir os meus olhos para a vida. Além disso, pude conhecer Kaléo, que me ajudou sem ao menos me conhecer, ele foi um anjo enviado dos céus para a minha vida e hoje, tud
No entanto, tudo mudou…Eu me encontrei em um estado de choque enquanto testemunhava uma imagem que parecia dilacerar meu coração. Era como se uma cena tivesse sido revelada diante dos meus olhos. Clara, minha esposa, estava sentada à mesa de um restaurante, desfrutando de um jantar íntimo com outro homem. E não, era qualquer homem, era o meu amigo de confiança… amigo da minha família, o próprio Gabriel, que era dono de um banco conceituado aqui em San Diego. O fato que se desenrolava diante de meus olhos era insuportável. Os vi se beijando e trocando carícias com uma intimidade que me desconcertou profundamente. O mundo ao meu redor parecia desmoronar, e eu me sentia perdido em um turbilhão de emoções. A traição que se desenrolou diante dos meus olhos abriu uma ferida profunda em minha alma, e a sensação de ser traído por alguém em quem eu confiava e amava era avassaladora. A tristeza inundava cada parte do meu ser, e a escuridão se instalava em minha mente novamente. Sentia-me desva
Antes de eu sair de casa, Clara me deu alguns dólares e eu fui procurar uma pensão. Eu encontrei uma pensão, mas não era muito aconchegante. Eu entrei na pensão com um sorriso no rosto, apesar da aparência decrépita do lugar. O edifício de tijolos vermelhos estava coberto de heras e teias de aranha, com janelas quebradas e portas rangendo com o vento. O cheiro de mofo e desinfetante forte invadiu minhas narinas assim que entrei pela porta da frente. Eu fui até a recepção e pedi um quarto, um rapaz mascando chiclete me entregou a chave e apontou para o corredor.— Obrigado. — Segui pelo corredor mal iluminado, passando por portas de quartos fechados, que pareciam não ter visto uma nova camada de tinta há anos. O chão era de madeira, mas parecia que havia vários pontos podres, o que fazia com que o chão rangesse a cada passo.Finalmente, eu cheguei ao meu quarto, que era o último no final do corredor. A fechadura da porta estava solta, então eu tive que empurrá-la com força para abri-la
Eu me sentei em frente ao computador com muita vontade de encontrar um novo emprego. Digitei na busca do site os termos relacionados à minha área, esperando encontrar uma oportunidade, que fosse adequada para mim. Enquanto a tela mostrava os resultados, eu senti meu coração acelerar com esperança e incerteza. Naveguei pelos sites de emprego e encontrei uma lista de vagas que pareciam difíceis. Eu me sentia confiante em minhas habilidades, mas sabia que o mercado estava muito competitivo e que encontrar o emprego dos meus sonhos não seria fácil. Ao ler as descrições dos cargos, avaliei os requisitos e as responsabilidades e senti uma mistura de emoções. A empolgação de encontrar algo que fosse perfeito para minha carreira se misturou com a ansiedade de não saber se eu era qualificado o suficiente. Com o passar do tempo, a incerteza começou a me afetar. Cada aplicação que eu enviava parecia se perder em meio a tantas outras. A falta de respostas e o silêncio das empresas me deixavam fr
Aquele foi um dia que eu jamais esqueceria… Após dez anos na mesma empresa, acordei pela manhã, vesti meu terno e gravata com um nó de confiança e segui para o trabalho como de costume. Mas, ao chegar lá, o cenário que encontrei foi devastador. Entrando no escritório, deparei-me com portas trancadas e uma placa que dizia: “Empresa em Falência”. Meu coração afundou instantaneamente. Pensei nas inúmeras horas dedicadas, nos projetos concluídos, nas amizades construídas. Tudo agora parecia ter desaparecido… Enquanto caminhava pelos corredores vazios, uma sensação de perda e incerteza tomou conta de mim. Como poderia explicar isso para minha família? E o que aconteceria com meus colegas de trabalho que se tornaram uma segunda família para mim? Olhei para minha mesa, repleta de fotos dos meus filhos, da minha esposa, dos momentos felizes que vivemos juntos. Eles eram a minha força, minha motivação diária. Mas, naquele momento, senti um medo avassalador. Como eu iria sustentar minha famíli
Último capítulo