A dor era tão intensa que mal consegui respirar. Cada passo que eu dava na mata parecia me afundar mais na escuridão, mais distante de qualquer coisa que eu já conhecera. O céu estava pesado, coberto por nuvens tão negras que parecia que o mundo inteiro iria desabar. Eu não me importava com os galhos arranhando minha pele, com a terra úmida e o frio cortante da chuva que caía incessantemente. Eu só precisava de uma coisa: extravasar.
Eu não consegui mais segurar. A raiva, a tristeza, o vazio… tudo que estava se acumulando dentro de mim precisava sair. Sem pensar, me joguei de joelhos na terra, sentindo o peso do meu corpo contra o chão, e então, sem controle, gritei.
— AYLA!
O grito saiu com uma força que eu nunca soubera que tinha. Era como se o próprio ar ao meu redor fosse queimado pelo meu sofrimento. Meu corpo parecia entrar em combustão, as chamas da dor me envolvendo, e a pressão no meu peito me deixando sem fôlego. Eu sentia como se estivesse sendo consumido por algo maior, po