No momento em que cruzei a porta da igreja, eu sabia exatamente o que o padre iria perguntar...
— Qual o seu pecado hoje, meu jovem?
— Você não deveria fazer julgamentos precipitados, padre.
— É que faz um tempo que você fugiu do pasto.
— Não sou nenhuma ovelha perdida, tio.
Sim, o padre era o meu tio, e ele tinha o mesmo humor divertido da minha mãe, e desde que ela morreu, evitei ir à missa porque eles eram muito parecidos e olhar para ele me causava dor.
Eu o abracei forte, e senti aquela sensação que constantemente eu tentava fugir, a sensação de perda.
— Eu estava com saudades.
— Eu também, tio.
— Vamos tomar um café, daí você me conta quais besteiras você aprontou.
Eu o observei pacientemente colocando o café nas xícaras e sentar, pra então revelar para ele o motivo da minha visita.
— Agora me conte Aslan, o que trouxe você aqui?
— Eu vou me casar.
Eu já esperava que ele fosse se engasgar, eu nunca havia tido uma namorada séria antes, e naquele momento eu estava prestes a ter u