Dário
Eu a observei da distância, tentando entender a confusão que transbordava em seus olhos. Sarah era um mistério, um furacão de sentimentos contidos que eu queria desvendar, mas não podia forçar. Ela precisava de tempo, e eu estaria aqui quando ela estivesse pronta.
Naquela noite, quando a vi se aproximar de Nyra, soube que algo a incomodava. Mantive-me à sombra das árvores, ouvindo sua voz hesitante, sentindo cada batida de seu coração inquieto. Ela falava sobre mim, sobre nós. Sobre seu medo e sua curiosidade. Uma parte de mim quis se revelar naquele instante, dizer que eu entendia, que jamais a forçaria a nada. Mas outra parte sabia que este era um momento dela, um caminho que precisava trilhar por conta própria.
Nyra, sempre sábia, soube guiá-la com palavras que eu mesmo teria dito. Era reconfortante saber que Sarah tinha alguém como ela ao seu lado. Quando sua voz fraquejou ao admitir que eu a assustava, não por medo, mas pelo que eu despertava nela, senti um calor percorrer