Capítulo 43
O silêncio que se seguiu às palavras de Aelia era tão profundo que Aurora podia ouvir o bater de seu próprio coração. A primeira Luna. A primeira Chave. A criadora do Tecelão. Cada revelação era um golpe, abalando as fundações de tudo o que ela pensava saber.
— Como? — a palavra saiu dos lábios de Aurora como um suspiro. — Como você poderia criar algo assim?
Aelia fechou os olhos por um momento, e quando os abriu, estavam cheios de uma dor tão antiga quanto as estrelas.
— Por amor — ela respondeu, sua voz carregada do peso de milênios. — Tudo começa e termina com o amor, querida. O amor é a força de criação mais poderosa que existe... e a mais perigosa.
Ela fez um gesto, e o ar ao redor deles tremeu. As imagens começaram a se formar na luz entre as pedras — memórias não de Aurora, mas de Aelia.
— Eu era a primeira — Aelia começou, suas palavras tecendo imagens no ar. — A primeira loba a ouvir a canção da lua. A primeira a entender que éramos mais do que carne e osso. Eu co