Capítulo 16
Eles permaneceram abraçados sob as árvores por longos minutos, em silêncio. Não havia pressa. O mundo podia ainda estar em guerra, Lucian ainda representava uma ameaça... mas ali, naquela clareira banhada pela luz da manhã, o tempo parecia suspenso. O coração de Aurora batia contra o peito nu de Cael, não mais acelerado pelo medo, mas pelo calor seguro de estar com ele.
Cael não dizia nada. Apenas a segurava. Com uma das mãos, acariciava lentamente as costas dela. Seu toque era firme, mas ao mesmo tempo cuidadoso, como se reconhecesse todas as rachaduras que existiam nela, e quisesse selá-las com paciência e carinho. A mão livre repousava na nuca de Aurora, os dedos entrelaçados nos fios sedosos de seu cabelo. Aquele gesto, simples e íntimo, era uma promessa muda: ele a protegeria. Ele a escolheria. Sempre.
Aurora se deixou mergulhar naquele silêncio. Sentia o cheiro da pele dele, o calor do corpo, o som estável de sua respiração. Seus olhos se fecharam por um instante,